Cantora não alertou marido por medo de que ele matasse suspeito de assédio
A cantora Larissa Ferreira, vocalista da banda de forró Mastruz com Leite, compartilhou um vídeo em que dá detalhes do suposto assédio que sofreu por um colega do mesmo grupo musical.
Larissa falou sobre o assunto pela primeira vez ontem, quando divulgou vídeos nas redes sociais em que aparece chorando ao contar o episódio. A cantora fez um novo relato para "explicar o que aconteceu" aos seguidores que não entenderam os detalhes.
Não confundam, ele não estava bêbado. Ninguém estava sob efeito de álcool. Quando capotamos, era no máximo 1h30 da manhã. Ele ficou no nosso quarto e, quando tudo aconteceu, eu senti que o sol estava pesado. Tudo pode ter acontecido às 9h da manhã. Ele foi embora pouco depois, 12h00. Eu fiquei fingindo que estava dormindo após o que aconteceu porque, caso chamasse o Jean (meu marido), ele estaria respondendo [na Justiça] por ter matado a pessoa e eu seria cúmplice [...] Ele estaria preso agora.
Larissa Ferreira
Durante o desabafo, Larissa também explicou o que o suspeito de assédio — que não teve o nome revelado — fazia no quarto do casal durante a noite em que o episódio aconteceu.
"Chegamos e fui mostrar umas coisas na TV (vídeos). Sempre fizemos isso e eu não tenho TV na sala. A única é no meu quarto. Chegamos e só queríamos mostrar bandas, estávamos falando de música. Esse foi o motivo da pessoa entrar no quarto. Não nos preparamos para dormir, capotamos e ele ficou por lá", disse a cantora.
A artista reforçou que não estava bêbada momentos antes de dormir. Ela relata que, assim como o marido, estava cansada após chegarem de uma viagem feita com a banda.
"Só quem já me viu sabe, eu não vivo bebendo. É muito difícil. Apenas em algumas ocasiões saía (com o meu marido) para tomar uma cerveja e estávamos prontos para dormir", completou.
"Estou explicando para quem não entendeu. Eu estou calma agora, na medida do possível. Estou tomando remédios. Foi tudo em uma questão de segundos, eu reagi e não deixei (o suspeito de assédio) continuar", seguiu a cantora.
'Medidas cabíveis estão sendo tomadas'
Em comunicado para Splash, a Polícia Civil disse que apura a denúncia de crime contra a dignidade sexual. "O Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) já foi acionado e direcionou as investigações para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza", informou.
A Splash, o assessor jurídico da cantora, Rafael Macedo, informou ontem que não há novas informações além do depoimento feito pela cantora nos Stories do Instagram da artista. "Todas as medidas cabíveis/legais já estão sendo tomadas referente ao caso junto à artista, integrante e banda", afirmou.
A banda Mastruz com Leite, que tem mais de 30 anos de atividade, também enviou nota a Splash e afirmou que se solidariza com a vocalista, além de já estar tomando medidas cabíveis em relação ao músico suspeito do assédio.
Confira a nota na íntegra:
"Nós da banda Mastruz com Leite nos solidarizamos à nossa cantora Larissa Ferreira, que relatou em suas redes sociais ter sofrido assédio em sua casa, por outro integrante da banda. A empresa já está tomando as medidas quanto ao músico e está providenciando apoio à cantora, que está fragilizada, mas acolhida pela família e amigos. A Banda Mastruz Com Leite reforça que repudia toda e qualquer forma de abuso contra mulheres, seja físico, psicológico ou sexual. Seguimos dando assistência e oferecendo suporte para Larissa".
Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.