Tramontina rebate Bolsonaro: 'Qual o interesse em não defender vacinação?'
Após o editorial do "Jornal Nacional" de ontem criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e as declarações dele sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças, o jornalista Carlos Tramontina voltou a rebater a fala do presidente no "Jornal da Globo".
"Hoje o presidente Jair Bolsonaro questionou: 'Qual o interesse daquelas pessoas taradas por vacina?' Esta semana, em dois dias consecutivos, o mundo bateu recorde de casos de covid", iniciou o apresentador.
O presidente continuou: 'O que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso?'. Hoje os Estados Unidos registraram recorde de internação de crianças com covid: mil em um único dia. E a gente pergunta: qual o interesse do presidente em não defender a vacinação? O que está por trás disso? Carlos Tramontina
Bolsonaro omite dados
Em entrevista a uma rádio de Pernambuco exibida nas redes sociais do presidente, Bolsonaro afirmou que não conhece crianças que morreram de covid.
A fala é mentirosa, já que dados das secretarias estaduais de Saúde mostraram que 301 crianças entre 5 e 11 anos morreram da doença no país até o início de dezembro. O presidente ainda disse, sem provas, que há interesses por trás na aprovação das vacinas pediátricas.
"Você vai vacinar teu filho contra algo que o jovem, por si só, a possibilidade de morrer é quase zero? O que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso? Qual é o interesse das pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? Pela sua saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças, e não estão. Quando se trata de criança, não se deixe levar por propaganda", disse.
Bolsonaro considerou lamentável a decisão da Anvisa de autorizar a vacina e repetiu que sua filha Laura, de 11 anos, não será vacinada.
Já em sua tradicional live de quinta à noite, o presidente voltou à carga contra a imunização das crianças ao destacar que a Pfizer não vai se responsabilizar por eventuais efeitos adversos, e ainda pediu que os pais levem os filhos ao médico imediatamente caso tenham sintomas após serem vacinados.
"Se o teu filho, após a vacina, tiver qualquer problema, não responsabiliza a Pfizer. A Pfizer fez a vacina e está aí sendo testada — como a própria Pfizer diz — que tem certos efeitos colaterais que vamos tomar conhecimento ao longo de 2022, 23 e 24, por aí afora. Então a Pfizer não se responsabiliza por efeito colateral", disse ele, sem mostrar qualquer evidência que embase essas considerações.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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