Do humor à política, Batoré fez história na 'Praça' e ganhou vaga na Globo
O ator e humorista Ivanildo Gomes Nogueira, conhecido como Batoré, morreu na tarde de hoje aos 61 anos, em São Paulo, em decorrência de um câncer que enfrentava.
Ao longo de mais de 40 anos de carreira, Batoré apostou no futebol, na dramaturgia e até seguiu caminho na política, tendo se envolvido com polêmicas desde o início do governo de Jair Bolsonaro.
Bom de bola
Nascido em Pernambuco, Batoré se mudou para São Paulo com a família ainda na infância. Na adolescência, investiu na paixão pelo futebol, jogando nas categorias de base de times como São Paulo e Ituano.
Após sofrer uma lesão durante um treinamento, Batoré aproveitou o tempo longe do campo para desenvolver o esquete que o tornaria célebre: a criação do personagem Batoré.
Sucesso no humor
Contratado pelo SBT no início da década de 1990, foi na emissora de Silvio Santos que o humorista se consagrou, dando vida ao personagem Batoré em "A Praça é Nossa", que com seus populares bordões, fazia piadas sobre o ABC Paulista, região onde vivia, além de sua aparência e sua pobreza.
Em 2003, porém, Batoré foi dispensado do SBT após um suposto movimento de contenção de gastos da emissora. Sua saída do canal foi conturbada e o próprio humorista admitiu em entrevista que se sentiu traído por Carlos Alberto de Nóbrega, o apresentador do programa.
Me senti apunhalado pelo próprio Carlos Alberto. Deixei de ir para Rede Globo duas vezes por fidelidade a ele.
desabafou Batoré em entrevista ao "TV Fama" em 2012
Carreira política
Longe da TV, Batoré apostou na carreira política. Em 2008, foi eleito vereador pela cidade de Mauá pelo PP (Partido Progressista).
Quatro anos depois, foi reeleito para mais um mandato também pelo PP, mas decidiu trocar de partido e foi afastado do cargo, julgado por infidelidade partidária.
De volta à TV
Em 2016, Batoré enfim conseguiu seu primeiro papel na Globo, dando vida ao delegado Queiroz da novela "Velho Chico" e atuando ao nome de atores consagrados como Antonio Fagundes e Rodrigo Santoro.
"Eu tinha medo. Não me sentia capacitado de trabalhar com novela", relembrou Batoré, em entrevista a Luciana Gimenez em 2020.
O humorista ainda contou que foi um dos últimos do elenco a ter contato com Domingos Montagner, morto em 2016, após se afogar no rio São Francisco, durante o período de gravações. "Nós jantamos na noite que antecedeu. Eles até me falaram que tomariam banho no rio no dia seguinte, ele me chamou", contou Batoré, em entrevista a Gugu Liberato, em 2017.
Em 2019, Batoré recebeu um convite para participar novamente de um episódio especial de "A Praça é Nossa", 15 anos depois de deixar o programa.
Naturalmente aceitei. Até porque a saudade era muito grande! O Carlos Alberto me recebeu como um filho que volta depois de muito tempo fora de casa.
disse Batoré, na época
Nos últimos anos, Batoré vinha se dedicando ao seu canal do Youtube, onde sempre apresentava lives de seu programa "Batoré 100 Protocolos". O humorista também viu seu nome fortemente associado ao do presidente Jair Bolsonaro, sendo um de seus maiores apoiadores e até pedindo o fechamento do STF.
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