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Shantal diz que Kalil foi 'abusivo, machista' e a 'rasgou sem necessidade'

Shantal Verdelho comparou sua relação de paciente com o médico Renato Kalil a um relacionamento abusivo - Reprodução/Instagram
Shantal Verdelho comparou sua relação de paciente com o médico Renato Kalil a um relacionamento abusivo Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, em Alagoas

12/01/2022 18h11

A influenciadora digital Shantal Verdelho, de 32 anos, disse que viveu uma relação "abusiva" entre médico e paciente com o doutor Renato Kalil, responsável pelo parto de sua filha Domenica, fruto do relacionamento com o modelo Mateus Verdelho.

Em depoimento à Veja, Shantal contou que ter parto natural era seu "sonho" e ele foi "destruído" por Kalil, um dos médicos mais famosos do país. Segundo a famosa, desde a primeira consulta com o profissional ela percebeu que ele tinha "uma visão arcaica e machista", e ressalta não ter trocado de médico por "medo de perder minha filha" e por se sentir "dependente dele".

"Me apavorava pensar que uma mudança como essa poderia me fazer perder o bebê, já que minha gravidez era de alto risco. Foi como um relacionamento abusivo em que, apesar de enxergar os sinais vermelhos, permaneci nele", declarou

Segundo a famosa, Renato Kalil chegou a sugerir que ela fizesse o "ponto do marido", um procedimento em que a vagina é costurada para deixá-la mais estreita, "a fim de proporcionar mais prazer ao companheiro".

Ela deu entrada no hospital para dar à luz no dia 12 de setembro e passou 48 horas para que sua filha viesse ao mundo. Shantal pontuou que as grosserias tiveram início a partir do momento em que um anestesista entrou no quarto e a tratou "com deboche".

Renato Kalil teria chegado para atendê-la duas horas antes do nascimento de Domenica e o médico "tentou usar" seu cansaço contra ela mesma. "Ele insistia para que eu permitisse a intervenção [no períneo para ampliar o canal de parto], me chamava em tom de deboche, de teimosa. O médico ignorava minha existência e mostrava minha vagina para meu marido, apontando ferimentos e dizendo que o corte deveria ser feito".

"De todos os momentos horrorosos que vivi, o pior foi quando ele aplicou a manobra de kristeller, uma técnica totalmente obsoleta. O braço dele tremia sobre a minha barriga, tamanha a força que fazia para empurrar minha filha para fora. Me culpo por não ter feito nada nessa hora. Não consigo deixar de pensar no trauma para minha menina, isso deve ter doído. Ela estava em um lugar quente, acolhedor, escuro. Não queria que ela tivesse chegado ao mundo de forma tão bruta", contou.

Shantal afirma que percebeu a "brutalidade" de Renato Kalil dois meses depois, quando foi assistir ao vídeo do parto e percebeu que ele "enfiava" as mãos em seu corpo "rasgando sem necessidade".

"Percebi que ele enfiava as mãos em mim, me rasgando, sem a menor necessidade. Na hora eu estava sob efeito de uma analgesia e não notei. Quando a cabeça da bebê finalmente saiu, ele a puxou de uma vez, ignorando as contrações naturais que expulsariam ela do corpo", afirmou

Em recente entrevista ao "Fantástico", a influenciadora contou que durante o parto Renato Kalil propôs o uso de misoprostol "mais de uma vez", mas ela não aceitou pois "sabia que existia risco de morte para quem teve uma cesariana anterior, e eu tinha".

Ao folhetim, Shantal explicou que demorou para formalizar uma denúncia contra Kalil por não querer que a imagem de sua filha fosse "exposta desse jeito, porque a chegada dela foi horrível".

Em nota enviada o "Fantástico", exibido no último domingo na TV Globo, a equipe do médico Renato Kalil informou que ele "lamenta profundamente que um caso médico venha sendo discutido por meio da mídia e das redes sociais, com base em pequenos trechos editados de um vídeo".

"Em razão de normas éticas e sigilo profissional, dr. Renato Kalil não pode se manifestar publicamente quanto aos detalhes técnicos do parto em questão, o que será feito, devidamente, no foro adequado. Em função dos questionamentos, esclarece que o medicamento citado não foi prescrito nem ministrado e que os procedimentos obstétricos seguiram todo o rigor técnico-ético-científico, como será comprovado no transcorrer dos processos".

O comunicado ainda ressalta que Kalil não praticou violência obstétrica. "A edição dos vídeos e das falas induzem a erro de interpretação do que verdadeiramente ocorreu. Falam por ele os inúmeros partos e milhares de pacientes atendidas ao longo de sua carreira. Por fim, Dr. Renato Kalil espera um debate técnico e sereno a ser efetivado nos órgãos próprios, onde demonstrará a correção de suas condutas médicas e profissionais".