Ana Maria corrige Naiara: 'Não querer racismo é diferente de negá-lo'
A apresentadora Ana Maria Braga mostrou que está ligada ao "BBB 22" e rebateu a fala de Naiara Azevedo que relativizou a existência do racismo no Brasil. Em uma conversa, a sister disse que não distinguia as pessoas por cores por verem todos como iguais.
Contudo, a igualdade não é sentida na realidade do Brasil: negros, por exemplo, ocupam apenas 6,3% dos cargos de gerência em 23 grandes empresas nacionais e multinacionais, segundo um estudo da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial de 2020.
Branca e com privilégios, Ana Maria alertou que, para atingir a igualdade, é preciso reconhecer que há racismo e enfrentá-lo.
Não querer que o racismo exista é diferente de negá-lo. Eu aprendi, me rodeando de pessoas pacientes e amorosas, que esse 'pensamento de igualdade' causa dor nas pessoas negras. Pois são elas que sofrem (literalmente) na pele e só elas podem testemunhar se racismo existe ou não. Ana Maria Braga
A apresentadora do "Mais Você" comparou a situação com um paciente indo ao médico e alertando que está com dores, mas o profissional diz que não porque não era ele que estava sentido-a.
"Que no futuro exista esse mundo onde a cor é indiferente. Mas, por enquanto o segurança da loja cara vê cor, o empregador vê cor? Enquanto muita gente estiver vendo cor e muita gente estiver sofrendo preconceitos de todo tipo por causa da cor, a gente tem que ver cor", finalizou Ana.
Em 2021, uma análise do data_labe, laboratório de dados localizado na Favela da Maré (RJ), indica que raça, gênero e território influenciam no nível de empregabilidade. A taxa de desemprego para mulheres negras era o dobro da de homens brancos.
Na edição do "BBB" do ano passado, Ana Maria afirmou que aprendeu com o erro ao dizer que existia racismo reverso e que Lumena fazia a prática com Carla Diaz. Ela ainda celebrou uma falsa "democracia racial" entre as cores e a miscigenação.
Na verdade, a DJ disse que Carla era privilegiada por ser branca e usou o termo branquitude — quando o branco se impõe como um padrão, como se quem tivesse raça são os outros.
"Racismo é um sistema de opressão e, para ter racismo, tem que ter poder. Negros não têm poder institucional para serem racistas contra brancos. Isso é reflexo da sociedade de lidar com essas lições. A gente vai debatendo e aprendendo", se desculpou Ana Maria na época.
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