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Eric Clapton solta nova fake news: 'vacina serve para hipnotizar a massa'

Eric Clapton - Creative Commons
Eric Clapton Imagem: Creative Commons

Colaboração para Splash, em São Paulo

24/01/2022 15h37

Eric Clapton, de 76 anos, disse mais uma fake news sobre a vacina. Segundo ele, qualquer pessoa que tenha tomado a vacina contra covid-19 é "vítima de hipnose de formação em massa".

De acordo com o Daily Mail, em entrevista ao canal do YouTube "The real Music Observer", o cantor afirmou que existem mensagens subliminares escondidas na publicidade que levam as pessoas a receber os imunizantes.

Anteriormente, ele já havia contado que sofreu efeitos colaterais alarmantes após receber a dose da AstraZeneca e até lançou um single anti-bloqueio, Stand And Deliver, com Van Morrison em 2020.

"Seja qual for o memorando, não chegou até mim. Então comecei a perceber que havia realmente um memorando, e um cara, Mattias Desmet [professor de psicologia clínica na Universidade de Ghent, na Bélgica], falou sobre isso. E é ótimo. A teoria da hipnose de formação de massa. E eu pude ver isso então. Assim que comecei a procurar, vi em todos os lugares", afirmou.

"Então me lembrei de ver pequenas coisas no Youtube que eram como publicidade subliminar. Já estava acontecendo há muito tempo: aquela coisa de 'você não terá nada e será feliz'. 'E eu pensei: 'O que isso significa? E, pouco a pouco, montei uma espécie de quebra-cabeça. E isso me deixou ainda mais resoluto", completou.

Vale destacar que a psicose de formação de massa — uma tentativa de hipnotizar grupos de pessoas para seguirem mensagens contra sua vontade — foi amplamente desacreditada pelos cientistas.

O cantor também já havia detalhado a experiência com o imunizante AstraZeneca, pela qual ele culpou a 'propaganda' por pressioná-lo.

Em uma mensagem para seu produtor musical, ele disse: "Eu tomei a primeira dose de AZ [AstraZeneca] e imediatamente tive reações severas que duraram dez dias." O cantor disse ainda que 'se recuperou eventualmente', mas sofreu mais 'reações desastrosas' seis semanas depois da segunda dose.

"Minhas mãos e pés estavam congelados, dormentes ou queimando, e praticamente inúteis por duas semanas. Eu nunca deveria ter chegado perto da agulha. Mas a propaganda dizia que a vacina era segura para todos", completou.

O que diz a ciência sobre a vacina Oxford/AstraZeneca?

O Splash/UOL conversou com Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), e esclarece que o efeito adverso apontado por Clapton é extremamente raro de acontecer. "No universo dos milhões de doses que já foram aplicadas no mundo todo, os casos relatados foram poucos", afirmou o especialista.

Segundo ele, a trombose relatada após a aplicação da vacina é diferente da trombose clássica que conhecemos. "A vacina seria como um gatilho para uma doença autoimune, que a pessoa já possui, mas desconhece, e que provoca uma queda no número de plaquetas no sangue, aumentando o risco para o surgimento de trombos", explicou Renato.

Ou seja, enquanto a trombose clássica tem como uma das características a contagem alta no número de plaquetas (o que aumenta o risco de coágulos no organismo), a trombose no caso de quem tomou a vacina tem como característica uma queda no número de plaquetas.

O diretor da SBI ainda reforça que mesmo as pessoas que já tiveram trombose podem tomar a vacina, já que, pela natureza rara e diversa da reação, esses indivíduos não estariam mais predispostos ao problema.

"A segurança das vacinas contra o coronavírus é semelhante às outras vacinas com as quais estamos acostumados", afirma. "Sempre existem riscos, mas os benefícios, o número de mortes que serão evitadas, superam o número de eventos adversos relatados até aqui", acredita.