Topo

Manoel Soares sofre ofensas racistas em ato por justiça a Moïse: Cotovelada

Manoel Soares sofre ataques em protesto contra assassinato de congolês - Reprodução/TV Globo
Manoel Soares sofre ataques em protesto contra assassinato de congolês Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para Splash, em São Paulo

05/02/2022 09h36

Manoel Soares, apresentador do "É de Casa" (TV Globo), esteve presente hoje no protesto contra o assassinato de Moïse Kabagambe, um congolês que foi espancado até a morte em um quiosque no Rio de Janeiro. O apresentador exibiu parte da mobilização em um link ao vivo durante o programa.

"É interessante que as pessoas estão se unindo a favor da paz, temos pessoas de pele clara, de pele escura, de todas as idades. Esse movimento que está acontecendo aqui mostra que exista, muitas pessoas racistas, mas muitas pessoas que não são racistas", afirmou.

Manoel ainda disse que os manifestantes do local usavam máscara de proteção contra a covid-19 e foram orientados a não responder agressivamente e como reagir à abordagem da polícia. "Isso é um manifesto de consciência", ressaltou.

Ao retornar para o estúdio da Globo, ele relatou que sofreu ataques racistas enquanto estava no local. "Doideira aquilo lá. Ao mesmo tempo em que a gente teve muita manifestação querendo justiça, vocês não fazem ideia da quantidade de pessoas me provocando. Tomei cotovelada de pessoas de pele clara", declarou.

No momento em que estava indo para a van da emissora, para retornar ao programa, ele disse que um homem "branco, grandão" quis brigar com ele. "Vocês acreditam que o homem parou na minha frente para eu trombar nele. Aí eu fui para o outro lado, ele foi e falou: 'Qual foi?'"

Mais cedo, na atração, ao falar sobre o crime, o jornalista pediu para a produção da atração, que já estava com a cena na tela, não mostrar o vídeo do homem sendo agredido. "Vou pedir para o diretor do programa não exibir as imagens. É sábado de manhã", disse ele, ao vivo. Em seguida, o pedido de Manoel foi respeitado.

Manifestações

Manifestantes se reúnem hoje em frente ao quiosque Tropicália, na orla da Barra da Tijuca, no Rio, em ato que pede justiça por Moïse Kabagambe.

Mais de cem pessoas estão no local. Ao microfone, um manifestante negro puxou o grito "parem de nos matar". Imigrantes africanos também participam do protesto e encenaram o assassinato de Moïse, espancado com um taco de beisebol.

O crime

Imagens da câmera de segurança do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio, mostram três homens espancando Moïse Kabagambe, 24, até a morte. O crime aconteceu na noite de 24 de janeiro enquanto o quiosque operava normalmente, com um atendente no balcão.

As imagens enviadas à imprensa pela Polícia Civil mostram ao menos 20 minutos de agressões —foram desferidas 11 pauladas enquanto a vítima estava em luta corporal com os agressores e outras 15 quando ele já estava imóvel no chão.

O vídeo revela três agressores —que batem em Moïse mesmo estando ele imobilizado e em outros momentos imóvel no chão— e ao menos uma testemunha.