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Atriz da Marvel é criticada por uso de sotaque e abandona redes sociais

Awkwafina foi considerada a melhor atriz de filmes de comédia ou musical no Globo de Ouro - Mike Blake/Reuters
Awkwafina foi considerada a melhor atriz de filmes de comédia ou musical no Globo de Ouro Imagem: Mike Blake/Reuters

De Splash, em São Paulo

06/02/2022 14h58

A atriz e comediante Awkwafina decidiu abandonar o Twitter após uma polêmica com o seu uso de sotaque da cultura negra ter ganhado os holofotes e as manchetes nas últimas semanas.

Awkwafina, nascida Nora Lum, estrelou filmes como "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" (2021), "Jumanji: Próxima Fase" (2019), "Podres de Ricos" (2018) e "Oito Mulheres e um Segredo" (2018). Ela passou a ganhar notoriedade na grande mídia a partir de 2018, estrelando comédias e interpretando personagens que estão sendo ligados a estereótipos negativos.

 'Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis' - Marvel Studios/Divulgação - Marvel Studios/Divulgação
Katy (Awkwafina), Jon Jon (Ronny Chieng) e Shang-Chi (Simu Liu) em 'Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis'
Imagem: Marvel Studios/Divulgação

Desde que começou a ganhar notoriedade, a atriz começou a ser criticada por ter usado durante muito tempo o que é conhecido como "Inglês Vernacular Afro-Americano" (AAVE), ou "blaccent" (algo como "sotaque negro", em tradução livre) na construção de suas personagens. A autora Bettina Makalintal, por exemplo, escreveu na Vice:

"Enquanto pegava emprestados elementos da cultura negra para fazer um nome para si mesma, a mulher nascida como Nora Lum performou uma série de esterótipos racistas para parecer legal. Através disso, ela construiu seu nome e se transformou de uma rapper viral da internet em uma atriz aclamada pela crítica."

Agora, ela publicou um comunicado e avisou que vai se manter afastada do Twitter.

"Existe um contexto socio-político para tudo, especialmente da comunidade negra deste país.

Estamos falando de um grupo afetado de forma desproporcional por políticas institucionais e pela força da lei, tudo isso enquanto vêem sua cultura sendo apropriada para ganhos monetários sem respeito por suas origens (...)

É um problema que vemos até hoje (...) Na vida, apropriações linguísticas e a globalização da internet interpretam um papel na linha tênue entre ofensa e cultura pop.

Como uma pessoa racializada e não-negra, reafirmo que sempre vou ouvir e trabalhar para entender o contexto histórico do AAVE, o que é apropriado e o que não é a respeito de qualquer grupo marginalizado."