Ex-BBB Natália Nara prega na Igreja e lamenta Playboy: 'Fez estrago em mim'
De uma forma ou de outra, Natália Nara encontrou o que procurava ao participar do "BBB" em 2005, que teve Grazi Massafera no elenco e que foi uma das edições de maior repercussão da história do reality show. A cearense queria mais oportunidades na carreira como modelo. Por outro lado, foi na casa que a ex-BBB sentiu que precisava de algo mais profundo: uma reconexão espiritual.
Em conversa com Splash, Natália, que exerce a função de diaconisa na Igreja Bola de Neve de Santos, no litoral sul de São Paulo, auxiliando os adolescentes da congregação, conta que quando entrou no "BBB 5" estava convertida havia três anos: "Eu tinha a meta de ter visibilidade nacional, ganhar dinheiro e trabalhar com a minha imagem, mas eu sabia que Jesus tinha algo na minha vida".
"Quando cheguei ao 'Big Brother' descobri que tudo o que eu precisava era de Deus. A minha alma clamava por isso".
Após a participação, Natália relata ter sido chamada para muitos programas e novelas, filmes, mas entrou em crise. Já não era mais o que ela queria para a sua vida. "Comecei a buscar Jesus e fiquei muito confusa sobre a minha real identidade. Tive que renunciar a muita coisa. Eu estava no caminho errado e Jesus mudou a rota".
Um dos trabalhos que Natália realizou depois do reality show foi um ensaio de capa para a "Playboy". "Outra revista tinha me chamado na mesma época e ofereceu o dobro, mas aceitei a 'Playboy' pelo prestígio e pelo cachê", explica.
Ela afirma ter se arrependido do ensaio nu:
Foi a pior coisa que eu fiz na vida. Não existe nada pior do que isso. Horrível. Abusador e traumatizante. Fez um estrago emocional muito grande em mim, mas, graças a Deus, já fui curada.
A ex-BBB entrou para a Igreja, mudou de cidade e, em 2022, comemora dez anos de casamento. Natália é mãe de um casal: uma menina de três anos e o caçula recém-nascido. "Foi a melhor coisa da minha vida. Sempre sonhei em ser mãe. Descobri muitas coisas, inclusive que as pessoas não morrem se não dormem", brinca.
Sem fotos de lingerie
Com a conversão, Natália Nara deixou de fazer campanhas publicitárias em que se sentia mais exposta como modelo. Ela recorda da vergonha que sentiu ao se ver em um anúncio de biquíni, em uma fachada de uma clínica de estética, após um culto enquanto lanchava com amigos da Igreja.
"Nunca fui repreendida por ninguém por causa das publicidades que eu fazia. Foi o próprio Espírito Santo que me constrangeu. Primeiro ele mostra o nosso valor e depois restaura a nossa identidade. Todas as minhas decisões começaram a ser pautadas no valor que eu descobri ter", explica.
Ensaios sensuais de lingerie, por exemplo, ela passou a recusar: "Outros tipos de peça, passei a fazer quando me davam liberdade para escolher o que usaria nas fotos. Quem me contratou já sabia que eu tinha me convertido e que não usaria nenhuma roupa sensual".
Aprendi que não sou só um corpo e que a sensualidade mata a beleza.
"Tentaram me mostrar como fútil"
Natália, que entrou no programa após enviar uma fita VHS pelo correio, já era conhecida em seu estado por apresentar um programa de TV local. No 'BBB', ela ficou famosa pelo título de "Iracema de Fortaleza" em razão de um concurso que ganhou antes do reality com o nome do clássico de José de Alencar.
Para a cearense, o programa a afetou por dois motivos principais: a edição vista por ela como tendenciosa e por se considerar, aos 22 anos, muito imatura e assim acreditar em todo mundo. "Tentaram me mostrar como uma menina fútil que só pensava em fama. Sempre trabalhei muito, desde cedo, e na adolescência já tinha lido grandes clássicos da literatura nacional. Quando saí, me assustei com o que vi e com as perguntas que me faziam", conta.
"O arrependimento não acaba"
Há uma década, desde quando se casou, Natália e o marido são responsáveis pelos adolescentes da igreja. Ela explica que não é pastora, mas entre outras funções também prega o evangelho aos domingos.
"É como se fosse uma igreja dentro da igreja. A igreja tem uns mil membros e são cerca de 100 adolescentes. Pastoreamos esses jovens, embora não tenhamos o título de pastores. A gente cuida, aconselha e acompanha", explica.
Ela define arrependimento como uma "mudança de caminho" que não para de acontecer. "O que Jesus falar eu me empenho e procuro me arrepender todos os dias. Assim será até a morte. O arrependimento não acaba porque ele é como o fogo, que purifica o ouro e deixa o metal mais limpo".
Eu me converti em 2005 e todos os dias procuro alguma coisa para me levar para mais perto de Jesus.
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