Samantha Schmütz: 'Adianta ser atriz e não usar minha voz para algo útil?'
Samantha Schmütz sabe o tamanho da voz que tem. Os 1,52 m de altura não condizem com seu potencial de alcance nas redes sociais, na TV, no teatro ou no cinema. A atriz não tem medo de falar o que pensa, e atinge muita gente com suas ideias.
Ainda que tenha virado assunto nacional quando cobrou posicionamento político de seus colegas na pandemia, perdeu sua conta no Instagram ou quando comemorou a derrota da PEC do voto impresso, Samantha não adotou a militância só devido aos absurdos que viu nos últimos dois anos. "Eu sempre fui essa pessoa", afirma em entrevista a Splash.
Sempre falei, sempre dei minha opinião sobre as coisas. Eu sou preocupada com o país em que eu vivo, eu quero que todos tenham dignidade. Isso pode acontecer. O Brasil é um país muito rico, as coisas podem ser melhor distribuídas. Samantha Schmütz
A militância está até mesmo nos lugares mais improváveis. Estrela da comédia "Tô Ryca 2", que já está nos cinemas, a atriz empresta um pouco do seu lado indignada para a personagem Selminha Oléria. Herdeira de uma fortuna de R$ 300 milhões, a suburbana fica pobre de novo na sequência do filme, mas não perde a sua essência.
"A personagem foi criada para ser assim. Generosa, do povo, guerreira, como a gente é, como o brasileiro é. Solidário, generoso... Porque a gente é esse Brasil", afirma Samantha, que filmou "Tô Ryca 2" em 2018.
Ainda que decepcionada com o atual governo e com uma parte da sociedade que mata "Marielle, Moa, Miguel e Moise", como estampa a camiseta que escolher para a pré-estreia de seu novo filme, a atriz acredita que o Brasil ainda tem jeito.
A gente é muito mais esse Brasil bacana, que quer se ajudar, que é amigo do vizinho, que junta a galera e faz a festa com o que tem do que esse Brasil que se apresenta hoje de ódio, racista, homofóbico.
Entre os filmes nacionais, a comédia continua sendo o gênero que mais atrai público ao cinema. "Tô Ryca", de 2016, levou 1,5 milhão de pessoas às salas do Brasil.
"Eu acho que as pessoas também amam o filme porque se veem nessa personagem e assim que somos nós, brasileiros. A essência verdadeira da gente é essa", acredita Samantha.
Apesar da ostentação da personagem principal, o filme aproveita situações cômicas para fazer crítica social, abraçando a essência de sua intérprete.
Não adianta para mim ser atriz e ter uma voz do caramba, um alcance supergrande e não usar essa voz para uma coisa útil no sentido social. A militância não me atrapalha em nada, só ajuda.
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