Apresentador de TV turco é condenado a mais de mil anos por liderar culto
O televangelista turco Adnan Oktar, de 64 anos, foi condenado a 1.075 anos de prisão por uma série de crimes horríveis.
Ele foi considerado culpado de dez acusações separadas, incluindo liderar uma gangue criminosa, abuso sexual de menores, abuso sexual e envolvimento em espionagem política ou militar.
Oknar construiu uma legião de seguidores ao longo de décadas. Os homens que o seguiam eram seus "leões" e as mulheres — muitas abusadas — eram suas "gatinhas".
De acusações de estupro — com membros supostamente mantendo um "placar" — a alegações horríveis de mulheres sendo forçadas a tomar pílulas anticoncepcionais após serem agredidas, os ex-membros desenharam um cenário de horror no tribunal.
O "Sunday Times" relatou a história de Seda Isildar, que ainda era uma adolescente no ensino médio quando amigos a apresentaram a Oktar e seu grupo. Ela já sabia quem ele era depois de vê-lo na capa de uma publicação de notícias respeitada localmente.
Agora com 50 anos e morando no Canadá, Seda conta: "Eles dizem que você é especial. Você é diferente do resto. Você tem 15 anos e não quer ser estraga-prazeres".
"Você faz parte desse grupo. E eles isolam você. É como um relacionamento tóxico". Ela foi coagida a se casar com o turco.
Plástica sem anestesia
Aos 20 anos, Seda foi obrigada a fazer uma "plástica" no nariz sem anestesia geral. "Foi horrível. Eu estava contando quantas vezes eles estavam batendo o martelo e o cinzel no meu nariz."
Ela viveu assim por 8 anos até conseguir escapar e começar uma nova vida no Canadá.
Oktar
Oktar ganhou destaque na década de 1990, enquanto liderava a Science Research Foundation. Ele se concentrava em "atividades científicas".
No entanto, foi seu canal de televisão A9, que ele começou a transmitir em 2011, que realmente o tornou um nome conhecido em todo o mundo.
Vídeos enviados online regularmente o mostravam conduzindo sermões sobre criacionismo enquanto cercado por seus "gatinhos".
Placar de estupros
Ceylan Ozgul tinha 24 anos e estava em seu terceiro ano na Universidade de Istambul quando se envolveu com o culto de Oktar.
Ela diz que foi atraída lentamente. "Ele era muito divertido para conversar. Ele é como um cara mais velho que leva você a sério e fala sobre história, física, medicina. Eu gostava de passar tempo com ele."
Mas à medida que ela se envolveu mais, seu papel dentro do grupo cresceu e ela diz que logo ficou presa em um ambiente em que seus movimentos e comunicações eram monitorados.
"Não aconteceu da noite para o dia. Aconteceu ao longo de um ano. Mesmo as coisas estúpidas começam a fazer sentido de repente para você depois de um ano, porque você pensa que é normal, já que todos ao seu redor estão fazendo isso".
Outro ex-membro fez alegações chocantes no tribunal. De acordo com o "Daily Sabah", alguns membros participariam de um sistema chamado "turnike" (ou catraca), onde novas mulheres que entravam no grupo tinham que fazer sexo com homens na organização.
"Eles tinham um placar e os membros seriam eleitos 'campeões' da semana, dia ou mês com base no número de mulheres com quem tivessem relações sexuais. Aqueles com menor número de estupros foram acusados de serem gays", relatou.
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