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Antes de morrer, Arnaldo Jabor chegou a recuperar consciência após AVC

De Splash, em São Paulo

15/02/2022 10h21Atualizada em 15/02/2022 11h17

Arnaldo Jabor morreu hoje, aos 81 anos. O cineasta, escritor, jornalista e analista político estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o dia 16 de dezembro, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

Na admissão à internação, Jabor realizou um procedimento para desobstrução de coágulo e foi sedado. Ele permaneceu no hospital, apresentou melhora e recuperou a consciência alguns dias depois.

"O sr. Arnaldo Jabor continua internado na UTI do Hospital Sírio-Libanês. Encontra-se consciente, em fase de recuperação do Acidente Vascular Isquêmico e melhora progressiva do quadro neurológico", dizia o boletim médico de 29 de dezembro.

Desde então, não foram mais divulgados boletins médicos. Em contato com Splash, a assessoria do Sírio-Libânes explicou não ter autorização para abrir informações sobre paciente, salvo a pedido da família ou assessoria de imprensa do internado.

Carreira

Nascido em 1940 no Rio de Janeiro, filho de um oficial da Aeronáutica e uma dona de casa, Arnaldo Jabor desempenhou diversas funções no mundo da sétima arte antes de passar a dirigir curtas e longas metragens: ele foi técnico de som, crítico de teatro e roteirista. Então, em 1964, se formou no curso de cinema do Itamaraty-Unesco.

Seu primeiro longa-metragem foi o documentário "Opinião Pública" (1967), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro observava sua própria realidade.

Um dos expoentes do movimento do Cinema Novo, focado em analisar a realidade do Brasil, Jabor também foi responsável por sucessos de bilheteria como "Toda Nudez Será Castigada" (1973), premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim, e "O Casamento" (1975), ambos baseados em obras de Nelson Rodrigues.

Em 1980, com "Eu Te Amo", consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher.

Ao todo, ele dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Entre eles, também está "Eu sei que vou te amar" (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes, e com os jovens Fernanda Torres — que ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival na ocasião — e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise.