Ex-atriz pornô recorda 'perrengues' na carreira: 'Não ganhei nada'

Vanessa Danieli, ex-atriz pornô que usava o codinome Bárbara Costa nos filmes, desabafou sobre sua carreira e vida pessoal durante participação no podcast "Prosa Guiada", com Emme White. A também ex-prostituta revela que, diferente do que muitos pensam, não conquistou bens na época que gravava.

"Não ganhei dinheiro gravando. Na verdade, não ganhei nada. Nem no pornô, nem com prostituição. As pessoas vendem a ideia de que o sensual e o erótico vendem muito, que tudo isso dá muito lucro. E isso não é verdade. A indústria ganha porque há uma certa exploração, mas atores e atrizes não. As cenas são cansativas e pesadas. E os cachês são baixos", relata.

Ademais, os atores não recebiam o tratamento adequado, de acordo com Vanessa. Ao se afastar do ramo, ela foi atacada nas redes sociais por se posicionar contra filmes de conteúdo adulto. " Eu vivi muito tempo nisso e sei o que acontece nos bastidores. Eu ataco a indústria, que não trata os profissionais envolvidos com dignidade e respeito. E luto contra a violência e exploração sexual", explica.

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Vanessa explica que não chegou a passar necessidade, mas não conseguia planejar um futuro: "Eu ganhava o suficiente para sobreviver, mas não conseguia poupar ou investir dinheiro. Não sobrava nada porque a vida era tão ruim que eu gastava tudo com supérfluos para esquecer minha rotina".

Por ser muito nova - ela entrou no mercado pornô com apenas 21 anos, após enfrentar abusos na adolescência e problemas familiares -, acabou sendo influenciada e não percebia que não teria um retorno, nem financeiro e nem em sua vida pessoal. "Parece que entrei num ciclo vicioso, achava que não havia outras oportunidades e caminhos para mim. Parecia que aquilo seria eterno na minha vida, que não tinha luz no fim do túnel. Ouvi pessoas erradas e não consegui me afastar do pornô", lamenta.

Vanessa está afastada do pornô há cerca de cinco anos, voltou para a faculdade, lançou um canal no YouTube e, atualmente, trabalha com Marketing de influência em uma famosa agência de São Paulo. Ademais, ela procurou ajuda psicológica para superar todos os traumas do passado. "Hoje faço terapia para lidar com tudo isso e levar uma vida normal de novo. Claro que me arrependo de ter entrado no pornô, mas foi necessidade. Era muito jovem e inocente. Não faço apologia à indústria e sou muito firme nas minhas opiniões. Agora a minha missão é defender as mulheres. Estou mobilizando ações para alertar e conscientizar sobre violência sexual", revela.