Fãs 'simplórios', Raul Seixas 'ruim pra c******': as polêmicas de Ed Motta
O cantor Ed Motta, sobrinho de Tim Maia, causou mais uma polêmica. Recentemente ele decidiu dar sua opinião "sincera" sobre Raul Seixas em uma live de seu canal no YouTube, o que não repercutiu bem entre seus próprios fãs e os admiradores de Raul, que morreu aos 44 anos, em 1989.
Essa é apenas a última da coleção de polêmicas que o cantor vem acumulando nos últimos anos, que vão desde duras declarações sobre o próprio público de seus shows no exterior até críticas ao álbum tributo do tio Tim Maia que foi interpretado por Ivete Sangalo e Criolo.
'Raul Seixas tem falha de caráter terrível'
Durante uma live em seu canal no YouTube que durou quase sete horas, Ed resolveu mandar a real sobre o que ele acha de Raul Seixas. O artista declarou que o roqueiro baiano trabalhava contra os colegas e a favor do sistema em uma gravadora, além de apontar que o escritor Paulo Coelho era quem fazia as letras de Raul.
"Raul Seixas tem uma falha de caráter terrível na vida dele: ele foi funcionário de gravadora, ou seja, ele trabalhou contra os colegas", começou Ed Motta. "Eu não tenho medo nenhum de falar contra o Raul Seixas, que era uma put* de uma merd*, ruim pra c*ralho musicalmente, de tudo", afirmou.
"Quem fazia o que ele tinha de mais brilhante, que era o texto, era o Paulo Coelho. Então, esse cara era um idiota, era um funcionariozinho de gravadora, gravando uns discos de merd*, entendeu? E nego vem: 'canta Raul'. Que p*rra, que que é isso, bicho? Um cara desqualificado de tudo, p*rra!", completou.
'Turma mais simplória'
Foi assim que o cantor se referiu a parte dos fãs brasileiros no exterior, quando ele estava prestes a embarcar para turnê na Europa, em abril de 2015. "Verdade seja dita, que meu público brasileiro de verdade na Europa é um pessoal mais culto, informado, essas pessoas nunca gritaram nada. O negócio é que vai uma turma mais simplória que nunca me acompanhou no Brasil", publicou em seu Facebook.
"[É um] Público de sertanejo, axé, pagode, que vem beber cerveja barata com camiseta apertada tipo jogador de futebol, com aquele relógio branco, e começa a gritar nome de time", desabafou.
Na postagem, o músico ainda afirmou que não ia falar nem cantar em português nas apresentações. Muito menos cantar seu primeiro sucesso, "Manuel": "Pelo amor de Deus, não venha com um grupo de brasuca berrando "Manuel" porque não tem. [...] O mundo inteiro fala inglês, não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês. A divulgação da gravadora, dos promotores é maciça no mundo Europeu, e não na comunidade brasileira".
Tais declarações ganharam repercussão nas redes sociais e chegaram a entrar para os assuntos mais comentados do Twitter. Confira algumas reações na época.
'Moço caipira de cidade pequena'
Como visto, a declaração do artista no Facebook não repercutiu bem entre o público. Além do enorme texto publicado e shows a cumprir ainda no Brasil antes de ir para a turnê na Europa, Ed Motta conseguiu tempo para responder algumas das críticas. "Você vê o quanto seu 'louvado público' é minúsculo quando o artista tem tempo de responder comentário do Facebook?", criticou um homem.
Ed não deixou o comentário passar despercebido. "Moço caipira de cidade pequena, você não entendeu nada. Eu respondo porque tenho respeito. Um caipira como você não está acostumado e 'Gonzaga' também não então dá uma vontade de dar uma volta na praça né? 'Voismicê' prefere os 'artista' num 'pedestaRR' né?".
'Não me arrependo'
Pouco mais de uma semana após a publicação no Facebook, que ainda está no ar até hoje, Ed afirmou em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" não se arrepender de "nem de uma vírgula" do texto, mas sim de algumas respostas. "Assim que postei o texto, a resposta àquilo que eu escrevi foi muito ruim, as pessoas começaram a me escrever de forma agressiva", falou o cantor.
"E meu grande erro foi a forma como eu respondi a essas pessoas, escrevendo coisas lamentáveis das quais não me orgulho. Mas do conteúdo original do meu texto, não me arrependo nem de uma vírgula. O conteúdo original tem um quê de ironia, de brincadeira, não tem esse aspecto raivoso, de ódio".
Ele continuou: "Se tivesse ódio, o texto seria diferente. Não iria falar do cara que vai beber cerveja barata com camisa apertada e relógio branco. É uma idiotice, mas é uma brincadeira, uma ironia. Isso representa, na verdade, de 5% a 10% do meu público. Esse brasileiro que vai gritar 'Manuel', nome de time - você entrou no palco, o cara grita 'Flamengo' - isso é uma minoria. De fato, juntando com as respostas desagradáveis que eu dei, acho que errado mesmo foi colocar isso pra fora", declarou.
Indireta do Faustão?
Durante o "Domingão do Faustão" (TV Globo) de 19 de abril de 2015, Fausto Silva reclamou ao lado de Luan Santana dos artistas que não valorizam o próprio fã após comentário de Luan. "Tem muitos artistas...isso é uma bela verdade o que ele está falando. O cara luta para ser famoso e depois sai dando coice no público. Se não gosta disso, vai trabalhar como guarda noturno. Vai trabalhar à noite", disparou o então apresentador da Globo, sem citar nomes.
Luan concordou com as palavras de Faustão, e acrescentou. "É uma coisa que não dá para entender, se o cara lutou tanto para conquistar. Dar valor aos fãs, às pessoas que gostam do seu trabalho, deve estar em primeiro lugar", avaliou o sertanejo. "Isso é questão de inteligência, de caráter", opinou o apresentador.
Seria uma indireta do Faustão para Ed Motta? Coincidência ou não, a declaração do apresentador foi feita apenas poucos dias depois da polêmica provocada por Ed Motta nas redes sociais e dois dias após o cantor dizer em entrevista ao "Estadão" que não se arrependeu das declarações.
Críticas ao tributo do tio Tim Maia
Dois meses antes das afirmações sobre os fãs, Ed Motta também usou seu Facebook para desabafar sobre a escolha de Ivete Sangalo e o rapper Criolo para interpretarem a obra do tio dele, Tim Maia, em um álbum tributo fruto de projeto Nivea Viva. O lançamento da turnê com os dois foi feito em fevereiro de 2015.
Ed chegou a admitir que foi convidado a participar do projeto, mas recusou, pois "a grana não era compatível com meu desprazer em fazer isso", segundo o jornal Extra.
"Uma empresa de creme, me procurou para fazer o 'projeto' Tim Maia, a grana não era compatível com meu desprazer em fazer isso... Para mim a música do Tim Maia é intocável, fica bom mesmo é com ele, é preciso honestidade e vergonha na cara para admitir isso", afirmou. Ele ainda opinou quem poderia ter feito parte do projeto.
"O cara que teria realmente cabedal para um tributo ao Tim Maia seria o Claudio Zoli, por conta do timbre de voz, e também a história e envolvimento de carreira. O compromisso com o soul/funk carioca etc etc. Mais do que sacanagem, é um desrespeito por gente que dedicou a vida inteira a isso. Vontade de vomitar, que coisa podre", disparou.
'Povo feio o brasileiro'
Não foi apenas em 2015 que o Facebook de Ed Motta foi alvo de suas "opiniões sinceras". Quatro anos antes, ele gerou nova polêmica ao falar sobre "gente bonita" nos estados do Sul do Brasil, além de criticar "mulheres feias", de acordo com o caderno Ilustrada da "Folha de São Paulo".
"Em Curitiba, lugar civilizado graças a Deus. O Sul do Brasil, como é bom, tem dignidade isso aqui. Frutas vermelhas, clima frio, gente bonita. Sim, porque ô povo feio o brasileiro [risos]. Em avião dá vontade de chorar [risos]. Mas chega no Sul ou SP, gente bonita compondo o 'ambiance' [risos]" , escreveu o artista.
"Mulher feia tem que ser mega competente [risos]. Se não, é Paula Toller nas cabeças [risos]. Linda, burra e sem talento. [...] Tem que cantar igual Sarah Vaughn, se não eu não tenho tempo hahaha", afirmou em outros posts.
Na época ele foi procurado pela "Folha" e afirmou não ter conhecimento, até aquele momento, que seu perfil no Facebook estava aberto ao público. Ao jornal ele disse que suas publicações eram apenas "brincadeiras com os amigos". "Sacanagem", falou.
"Reconheço que fiz comentários infelizes, como isso das mulheres feias. Mas todas as pessoas fazem isso nos bares, em casa", desconversou.
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