'Batman' dribla restrição de heróis e chega à China para superar a Marvel
"Batman" e Robert Pattinson estão prestes a romper uma barreira importante para o cinema. O longa dirigido por Matt Reeves será o primeiro filme de heróis a ser lançado na China desde "Mulher-Maravilha 1984".
Os últimos cinco longas da Marvel e/ou da Sony ("Viúva Negra", "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis", "Os Eternos", "Venom: Tempo de Carnificina" e "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa"), por exemplo, não receberam o mesmo benefício.
Mas por que isso é uma boa notícia?
Antes de tudo, vale lembrar: na China, o governo precisa autorizar para um filme estrangeiro poder estrear.
Em 2020, o país superou os Estados Unidos como o maior mercado cinematográfico do mundo. Na ocasião, a China passou a ter uma arrecadação maior em bilheterias, e isso tem se mantido desde então.
Este crescimento vem atrelado a um plano estatal para fortalecer o cinema local e depender cada vez menos de blockbusters Hollywoodianos. Em 2021, a China ocupou os lugares 2, 3 e 6 entre as dez maiores bilheterias do planeta. Até a estreia do novo "Homem-Aranha", em dezembro, "A Batalha no Lago Changjin" era a maior bilheteria do ano.
As dez maiores bilheterias de 2021 no mundo
- Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
- A Batalha do Lago Changjin
- Oi, mãe
- 007 - Sem Tempo para Morrer
- Velozes & Furiosos 9
- Detetive Chinatown 3
- Venom: Tempo de Canificina
- Godzilla vs. Kong
- Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
- Os Eternos
Como isso tem relação com filmes de heróis?
O plano da organização estatal China Film Administration envolve uma grande expansão do parque cinematográfico do país nos próximos cinco anos. Entre os principais pontos estão o lançamento de 50 filmes anualmente que arrecadem, pelo menos, US$ 15,7 milhões (R$ 79 milhões), dez filmes extremamente populares e aclamados pela crítica, e ocupar 55% das bilheterias com lançamentos nacionais.
Justamente por isso, a tendência é a China se desprender da necessidade dos grandes filmes dos Estados Unidos para lotar as suas salas de cinema. Além disso, os filmes feitos por cineastas chineses tendem a se comunicar melhor com a audiência local do que longas estrangeiros, e têm sido o suficiente para levar o público para as salas escuras.
Marvel e DC ainda são Marvel e DC
Mesmo assim, as adaptações de quadrinhos do Universo Cinematográfico Marvel e do Universo DC tendem a ser bem populares entre o público chinês. E isso não deve mudar tão cedo.
"Vingadores: Ultimato" (2019), por exemplo, arrecadou US$ 629 milhões (R$ 3,1 bilhões) no país. Antes das restrições aos filmes lançados em 2021 pela Marvel Studios, os longas produzidos por Kevin Feige costumavam ser enormes na China. Heróis continuam sendo populares.
Para o professor da Universidade do Sul da Califórnia Stanley Rosen, especializado em políticas chinesas e em cinema, existe motivo para a Marvel voltar a ter esperanças com a China. Mesmo assim, as coisas não devem retornar a ser como eram antes.
"A China quer ser vista como uma potência global. E não dá para bloquear filmes de Hollywood e se intitular uma potência cinematográfica. Mas eles estão mais seletivos no futuro", em entrevista para o Business Insider.
O que 'Batman' tem de diferente?
A autorização da estreia de "Batman" reacende as esperanças de grandes blockbusters norte-americanos voltarem a ter espaço na China. Com quase 3h de duração, e um tom supostamente mais sombrio e "sério", "Batman" pode ser um filme que vai agradar a um nicho específico de espectadores da China, ainda mais considerando a "seca" de lançamentos de heróis no país.
O alto orçamento proporciona a possibilidade de efeitos visuais mais rebuscados, e considerando a popularidade do morcegão, um filme vendido como "ousado" pode ser um belo atrativo para a audiência.
Além disso, filmes anteriores do encapuzado foram bem na China. "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" (2012) arrecadou US$ 53 milhões (R$ 268 milhões); "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" (2016), US$ 97 milhões (R$ 490 milhões). E "Liga da Justiça" (2017), US$ 106 milhões (R$ 536 milhões).
Altas expectativas
Para a Warner Bros. Pictures, o novo "Batman" é uma grande aposta, principalmente em relação às bilheterias.
O longa estrelado por Robert Pattinson é o primeiro desde "Mulher-Maravilha 1984" sem lançamento simultâneo na HBO Max nos Estados Unidos, o que deve levar mais pessoas aos cinemas e aumentar a perspectiva de bilheterias.
Além disso, vale destacar: o último filme de heróis lançado nos cinemas, "Homem-Aranha 3", foi o primeiro a passar de US$ 1 bilhão em bilheterias desde o início da pandemia. Agora, Bruce Wayne conta com a China para tentar ir pelo mesmo caminho.
No Brasil, "Batman" estreia no próximo dia 3 de março.
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