Almir Sater conta como é trabalhar com o filho Gabriel na novela 'Pantanal'
Almir Sater deu vida ao peão Trindade na versão original de "Pantanal" (1990), papel que agora será de seu filho, Gabriel Sater. O ator e cantor, que agora interpreta o chalaneiro Eugênio no remake, contou ter ficado feliz com a coincidência.
"A arte está acima disso tudo. Quando eu soube que seria o Gabriel quem faria o Trindade, fiquei muito feliz. O Bruno [Luperi, autor da novela] criou uns enfrentamentos do Trindade com o Eugênio, enfrentamentos musicais. Eu falei para o meu filho, não vou dar moleza, hein", contou em entrevista para a Globo diretamente de sua fazenda. A equipe da emissora até visitou a propriedade do ator como ponto de partida para a definição dos locais de gravação.
Meu filho toca bem, toca violão erudito. Há uns anos começou a estudar viola. É um cara que se dedica muito. Eu espero que seja tão bom para ele quanto foi para mim, o personagem Trindade.
O artista conta que a participação na novela foi "um divisor de águas" em sua vida artística.
Quando eu entrei na novela, ela já era sucesso. Comecei a tocar, de cara o Sérgio Reis falou que eu podia levantar o queixo, colocar preço no show, porque estava fazendo sucesso. Comecei a trabalhar muito, como nunca trabalhei na vida, ganhei meu primeiro dinheirinho e comprei essa terra aqui onde estamos.
Sater diz que "se acovardou" ao receber convites para fazer papeis grandes na nova versão. Ele conversou com Luperi e, juntos, os dois encontraram um papel em que o artista se encaixou.
"Não adianta ser um papel que não toco. Eu sou músico. Eu faço um chalaneiro, viúvo, cara que vive nesse rio desde que se entende por gente. É um papel bonito, tem falas bonitas. É um papel do Bruno. Quando comecei a gravar agora me emocionei", contou.
Após mais de 30 anos da estreia da versão original, Sater conta que é como se estivessem gravando outra novela.
"Vejo o Renato Góes, novos atores, Chico Teixeira e Fabio Neppo, estou achando muito bonito. As condições técnicas melhoraram muito também. Na época a gente não tinha luz aqui, nossas baterias tinham que carregar a noite inteira, gerador ligado, todo mundo era famoso já com a novela, fazendo o maior sucesso no Brasil e dormíamos todos juntos, seis no mesmo quarto, no local onde era o antigo açougue da fazenda. E nenhuma rusga, como não vejo agora nenhum também. Felicidade total. No começo as pessoas podem ter se assustado um pouco com mosquito, fumaça, poeira e assim mesmo estamos todos felizes", diz.
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