Repórter do SBT é interrompida ao vivo por homens sem identificação no RJ

A repórter Branca Andrade estava ao vivo no telejornal "SBT Rio" quando foi interrompida hoje por dois homens sem identificação durante cobertura de greve de funcionários do BRT no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.

"A gente estava a caminho da passarela para poder entrar ao vivo e dar o serviço à população, Isabele. Olha só, o senhor está no ar ao vivo agora, o senhor me dá licença, está atrapalhando o meu trabalho", pediu a repórter a um dos homens.

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Ela estava no terminal rodoviário para mostrar que o BRT parou de funcionar na madrugada devido a greve e que a população estava sem conseguir embarcar. A prefeitura do Rio informou que o ato é "ilegal".

"Nesse momento estamos tendo nossa liberdade de expressão cerceada aqui como vocês podem ver", falou a repórter enquanto pede novamente para o homem dar licença para que ela continue o trabalho.

Em seguida, um segundo homem, também sem identificação, chega para atrapalhar a reportagem ao vivo de Branca no SBT.

Ela acaba perdendo o retorno de áudio do estúdio do SBT Rio. Segundo a repórter, eles se dizem funcionários, mas nenhum dos dois estavam uniformizados com a empresa concessionária responsável pelo terminal ou BRT.

O SBT Rio resumiu o episódio como "gravíssimo" e compartilhou trecho em sua conta oficial no Twitter.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), também se manifestou sobre o ocorrido e disse que a prefeitura vai apurar o caso: "Absurdo! Certamente nenhum desses sujeitos tem qualquer relação com a prefeitura. Já determinei ao secretário de Ordem Pública a devida apuração para que eles possam responder por essa situação", escreveu o político.

No meio da tarde, a Seop (Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio) informou que "vai apurar a ameaça e intimidação sofridas pela jornalista Branca Andrade, do SBT, nesta sexta (25/02) no Terminal Alvorada, durante reportagem ao vivo sobre a greve do BRT". A pasta disse que tem como objetivo "identificar os indivíduos".

Splash fez contato com a Secretaria Municipal de Transporte do Rio para pedir mais informações sobre o ocorrido. Através da MOBI-Rio, empresa pública que controla o sistema de transporte do BRT, foi informado que a administração do Terminal Alvorada é da empresa Rioter.

Por meio de nota, a Rioter disse que os vigilantes contratados trabalham uniformizados. "Fomos informados do ocorrido através de redes sociais. Divulgamos os vídeos encaminhados pelo SBT no intuito de conseguirmos identificar essas pessoas, o que até o momento não aconteceu".

Splash também entrou em contato com a assessoria do SBT. Através de nota, a emissora informou que "repudia veementemente a intimidação contra a equipe da repórter Branca Andrade e do repórter cinematográfico Edson Santos".

A emissora ressaltou que o jornalismo não deve sofrer nenhum tipo de censura e pediu imediata identificação dos dois homens que tentaram impedir a reportagem ao vivo.

Confira a nota na íntegra.

O SBT repudia veementemente a intimidação contra a equipe da repórter Branca Andrade e do repórter cinematográfico Edson Santos durante uma entrada ao vivo no jornal "SBT Rio" sobre a greve do BRT, no Rio de Janeiro.

O jornalismo presta um serviço essencial para a população e não deve sofrer nenhum tipo de censura. Depois da repercussão imediata do caso na TV aberta e redes sociais e manifestação de diversas autoridades, inclusive do prefeito do Rio Eduardo Paes, a equipe conseguiu realizar seu trabalho e informar os telespectadores sobre os efeitos da paralisação.

O SBT agradece também à Polícia Militar do Rio de Janeiro que prontamente foi até o local para garantir a integridade dos profissionais e pede a imediata identificação dos envolvidos.