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Internação, coma, laudo: o que se sabe sobre a morte de Paulinha Abelha?

Paulinha Abelha, vocalista da Calcinha Preta, morreu em 23 de fevereiro aos 43 anos - Rondinelle de Paulla
Paulinha Abelha, vocalista da Calcinha Preta, morreu em 23 de fevereiro aos 43 anos Imagem: Rondinelle de Paulla

De Splash, em São Paulo

07/03/2022 18h10

As causas da morte da cantora Paulinha Abelha, uma das vocalistas do Calcinha Preta, ainda são investigadas pelos médicos. A artista morreu no dia 23 de fevereiro, aos 43 anos, após passar 12 dias internada em Aracaju.

Após a confirmação da morte, a equipe médica responsável pelo tratamento apontou que Paulinha morreu em decorrência de um agravamento de lesões neurológicas, o que gerou a morte cerebral. A Record divulgou ontem informações do laudo toxicológico feito após a morte da cantora.

Durante a última sexta-feira (4), o empresário da banda, Diassis Marques, disse que resultados de exames poderiam ajudar a entender o que aconteceu. A equipe da artista não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

Primeiros sintomas e internação

Paulinha Abelha foi internada em 11 de fevereiro ao chegar na capital sergipana após atender compromissos em São Paulo. Segundo a equipe, as primeiras informações foram de que a cantora estava "hemodinamicamente estável, realizando terapia renal substitutiva e sem quadro de infecção".

Antes de ser internada, a artista relatou que se sentiu mal antes de entrevista. Em conversa no podcast "Podpah" no dia 9 de fevereiro, Paulinha disse ter sentido um "desmaio" momentos antes de entrar no ar.

"Eu senti um 'passamento', um desmaio (antes da entrevista). Mas nada que o Podpah não resolva, está tudo ótimo. Qualquer coisa, se eu ficar tonta, eu vou ali. Mas comi igual a uma lontra, ontem jantamos um sushi maravilhoso", disse a cantora na ocasião.

Daniel Diau, também do Calcinha Preta, afirmou que acompanhou os primeiros sintomas de Paulinha, que sofreu com muitos enjoos, e achou ser uma gravidez.

Ao "Domingo Espetacular", Daniel negou que ela fizesse uso de qualquer tipo de droga não legalizada. O exame toxicológico, ao qual a cantora foi submetida, também descartou uso de substâncias proibidas.

Coma profundo

Paulinha Abelha apresentou piora clínica e entrou em coma. As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa da artista em 17 de fevereiro.

Em entrevista coletiva realizada um dia antes da morte da cantora, os médicos responsáveis pelo tratamento informaram que Paulinha estava em escala de Glasgow 3, ou seja, a "mais grave do coma" — uma pessoa saudável tem a escala Glasgow 15.

Os médicos ainda indicaram exames não mostraram qualquer lesão anterior relacionada ao uso de substâncias de cunho estético, como remédios de regime ou diuréticos — o motivo principal que levou ao coma da cantora ainda era investigado pelos médicos.

Em contato com Splash, a assessoria de imprensa do Calcinha Preta afirmou que a cantora estava com uma bactéria no cérebro. A informação foi rebatida pelos médicos durante a entrevista coletiva.

"Eu só preciso saber qual a razão da morte da minha esposa", disse o marido da cantora, Clevinho Santos, em entrevista exibida ontem pelo "Domingo Espetacular", da Record.

O que diz o laudo?

Um laudo toxicológico obtido pelo "Domingo Espetacular" feito após a morte de Paulinha Abelha foi divulgado ontem.

A emissora revelou que quatro doenças foram apresentadas como responsáveis pelo falecimento da artista: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite.

A primeira, uma inflamação do cérebro e dos tecidos vizinhos, é, geralmente, causada por uma infecção, que, no caso da artista, ainda tem origem investigada.

Outro documento, intitulado de painel toxicológico, encontrou 17 substâncias no corpo de Paulinha, como anfetaminas e barbitúricos, que podem ser o caminho para mais respostas sobre o caso.

Um dos medicamentos, encontrados no corpo da artista, é um tarja preta normalmente usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH), mas que tem como efeitos adversos a redução de apetite, perda de peso, náuseas e vômito.

Em entrevista ao "Fantástico" em 27 de fevereiro, Clevinho Santos revelou que a cantora fazia uso de medicamentos para emagrecer.

"Ela tomava medicamento e treinava, mas nunca tomou nenhum tipo de anabolizante. Os medicamentos que ela sempre tomou foram esses, mais diuréticos. Quase toda semana ela estava tomando, quando tinha show que ela queria 'dar uma secada', também esses chás de emagrecer", contou.

Morre Paulinha Abelha, vocalista do Calcinha Preta, aos 43 anos