Apresentador da Record PR nega agressão; jovem cita 'fatos criminosos'
O apresentador e repórter Daniel Santos, suspeito de agredir uma mulher e que foi substituído no meio do "Balanço Geral Curitiba" (RIC TV), afiliada da RecordTV no Paraná, nega que tenha cometido algo após encontrá-la no último sábado (5) em seu apartamento, na capital paranaense. Vídeos mostram os dois juntos no local.
Splash teve acesso à íntegra de gravações de duas câmeras de segurança de onde mora Santos. Juntos os vídeos somam quase quatro horas. Nas imagens não aparece nenhum ato violento. Porém, o escritório de advocacia contratado pela jovem afirma que "fatos criminosos" ocorreram depois do encerramento das filmagens divulgadas, pouco depois das 22 horas de sábado.
As câmeras registraram todos os acontecimentos, sem interrupção das 20h21 às 22h21, na escada que dá acesso ao apartamento de Daniel Santos e sua sala de estar. Somente às 21h36 a jovem que o denunciou aparece pela primeira vez nas imagens e entra no apartamento onde Daniel coloca o celular dela para carregar.
Os dois conversam cada um em um sofá diferente e Daniel evita ficar do lado dela — até saindo quando ela senta junto a ele. Em dado momento, ela pega na mão dele e ele acaricia e beija. Seria apenas um gesto de carinho, segundo o advogado dela.
"Quem conhece o Daniel Santos sabe que ele é um cara carinhoso, carismático. Nas imagens ele pega na mão dela sim, trata ela com carinho. Não tem mais nenhum gesto bruto dele ou alguma coisa que seria suspeita", explica o advogado de defesa, Ygor Nasser Salah Salmen.
Daniel e a jovem tiveram um breve relacionamento quando o apresentador já estava divorciado, de acordo com Salmen. "Ele não teve um relacionamento afetivo com ela, algo duradouro ou temporário. Ambos saíram pouquíssimas vezes, até mesmo por conta deste perfil dela destemperado e a questão de que ele estava reatando o casamento, ele se afastou dela naturalmente".
Pelos vídeos, a mulher sai do apartamento às 22h03 e não aparece mais nas imagens, mas permanece na escada. Daniel surge com a bolsa dela às 22h11 e um minuto depois os dois descem as escadas e caminham em direção à saída.
"Quando eles descem a escada, ela vai direto para o táxi. Não há nada que acontece fora do apartamento, não acontece nada ali. Ela vai direto para o táxi, inclusive ele pagou o táxi para ela, temos o comprovante de pagamento do táxi aqui", declara Ygor Nasser.
Em momento algum ele agrediu alguém. O Daniel é conhecido por ser um ser humano fantástico, maravilhoso. Em hipótese alguma ele agrediu, e não teria o porquê ele fazer esse tipo de coisa. A postura no vídeo dele mostra o tempo todo serenidade, calma e uma pessoa de bem, advogado de defesa
Depois que os dois saem, não é possível ver o que ocorre em seguida, em direção ao táxi. A defesa da denunciante contesta a versão de que "não aconteceu nada ali".
O teor das gravações disponibilizadas pela defesa do agressor, entretanto, não contraria a versão da vítima, eis que os fatos criminosos ocorreram em momento posterior às filmagens, exigindo melhor aprofundamento da investigação, para que se apure corretamente o delito praticado, Escritório Lima & Góes, através de nota
Sobre a denúncia feita na Delegacia da Mulher, o advogado André Malczewski, coordenador do núcleo criminal do escritório que representa a denunciante, disse que "diz respeito ao delito de lesão corporal no contexto de violência doméstica". Ele ainda informa que "maiores detalhes não poderão ser compartilhados em razão do sigilo processual".
Confira a nota do Escritório Lima & Góes na íntegra:
O escritório Lima & Góis, por intermédio de seu núcleo de Direito Criminal, foi contratado para atuar em representação à ofendida, de modo a auxiliar as autoridades no desenvolvimento da investigação.
Em respeito ao sigilo processual imposto ao processo e, da mesma forma, à privacidade da vítima, as manifestações pertinentes serão realizadas dentro do processo. Espera-se, entretanto, que a investigação ocorra de maneira célere, com a seriedade exigível e responsabilização efetiva do autor do delito.
O teor das gravações disponibilizadas pela defesa do agressor, entretanto, não contrariam a versão da vítima, eis que os fatos criminosos ocorreram em momento posterior às filmagens, exigindo melhor aprofundamento da investigação, para que se apure corretamente o delito praticado.
Violência contra mulher
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da ONDH (Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos) do MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
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