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Diretores do novo 'Pânico' explicam morte polêmica: 'Ninguém está seguro'

"Pânico" conta com a triste morte de um personagem querido dos fãs - Divulgação/ Paramount
'Pânico' conta com a triste morte de um personagem querido dos fãs Imagem: Divulgação/ Paramount

Fernanda Talarico

De Splash, em São Paulo

11/03/2022 04h00

O novo filme da franquia "Pânico" causou impacto entre os fãs da série de filmes de terror. Além de ser o primeiro volume da saga a não contar com Wes Craven na produção — o cineasta morreu em 2015 —, também traz uma polêmica morte entre os personagens.

Os responsáveis pelo mais recente "Pânico" são Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, dupla de diretores que comandou "Casamento Sangrento" (2019). Em entrevista a Splash, eles explicaram o motivo de terem tirado de maneira tão sangrenta — e polêmica — um dos grandes e mais importantes personagens de toda a franquia. "Precisávamos deixar uma coisa clara: ninguém está seguro"Bettinelli-Olpin

Alerta de Spoiler Splash - Arte UOL - Arte UOL
Alerta de Spoiler Splash
Imagem: Arte UOL

A cena em questão acontece quando o assassino ataca Dewey, vivido por David Arquette. A sequência é brutal e sangrenta. Para os cineastas, mesmo se tratando de um filme sobre mortes — afinal, esse é o argumento de "Pânico" —, não foi fácil matar o personagem.

Essa foi a cena mais triste e mais difícil de fazermos Matt Bettinelli-Olpin

"Foi difícil para todos nós em um nível pessoal também, porque Dewey realmente fazia a diferença para nós", disse. "Fizemos tudo com respeito e de uma maneira que se encaixasse com o tom que os filmes têm. Em todos os títulos da franquia, os personagens estão passando por questões emocionais também, é bastante sincero. É como uma história de amor real, que envolve amizade, então não tinha como não ser brutal. Essa morte realmente mexe com você."

O fato de o querido xerife ter morrido abalou uma boa parte dos fãs, afinal, nada indicava que, depois de quatros filmes de "Pânico", chegaria a hora de dar adeus ao personagem.

Mesmo com a reação contrária à morte de Dewey, os cineastas contam que a recepção do filme como um todo tem sido muito positiva pelos fãs. Ao serem questionados sobre a relação entre eles e os amantes da franquia, eles responderam que vivem em paz. "Nós amamos os fãs de 'Pânico', principalmente porque nos consideramos uma parte deles", diz Tyler Gillett.

"Somos fãs desde 1996, e, a partir do momento em que aceitamos fazer parte do novo 'Pânico', tem sido gratificante em um nível surpreendente. Não esperávamos que seríamos tão bem recebidos, de maneira tão incrível", explica.

Para Matt Bettinelli-Olpin, seria normal até mesmo que a qualidade da dupla fosse questionada, mas não foi o que aconteceu. "Entenderia se perguntassem: 'Quem são esses novos caras que nós não nos importamos?', mas não foi o que aconteceu. Todos nos aceitaram e nos deram as boas-vindas, como uma grande família."

Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin, diretores de 'Pânico' e 'Casamento Sangrento' - Matt Winkelmeyer/ Getty Images - Matt Winkelmeyer/ Getty Images
Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin, diretores de 'Pânico' e 'Casamento Sangrento'
Imagem: Matt Winkelmeyer/ Getty Images

O grande retorno

Uma das maiores diferenças do novo "Pânico" é a mudança de protagonista: enquanto os filmes anteriores contavam com Sidney como a grande sobrevivente, agora ela se torna uma espécie de mentora, que aparece para ajudar a história principal. Interpretada por Neve Cambell, o seu retorno chamou a atenção, afinal, "Pânico 4" foi lançado há 11 anos, e mesmo assim ela aceitou voltar.

As aparições de Courteney Cox como Gael Weathers e David Arquette como Dewey — mesmo que para morrer — também causaram frenesi entre os fãs, e, segundo Tyler Gillett, conseguir convencê-los a voltar é mérito do roteiro de Guy Busick e James Vanderbilt. "Os personagens deles foram lindamente representados neste novo filme."

"Voltar para viver esses papéis depois de 11 anos afastados deles foi uma grande experiência, porque já conhecemos suas características, defeitos e vulnerabilidades."

A escolha

O mistério de todos os filmes de "Pânico" é sempre um só: quem é o assassino? Essa não é uma decisão fácil e, diferentemente do que é possível imaginar, não foram eles quem escolheram o vilão.

"Já estava no roteiro!", conta Bettinelli-Olpin. "Mas, quando nos entregaram a primeira versão, também nos deram a opção de mudar, caso a escolha não nos agradasse. Mas não mudamos, adoramos tudo que envolve o Ghostface."

"Guarda-chuva do terror"

Dentro do gênero do terror, "Pânico" é considerado slasher, o tipo do filme que um maníaco mata pessoas sem um motivo aparente. No entanto, cada vez mais esse subgênero específico tem ficado de lado e surgido mais filmes com uma pegada um tanto "cult", como "Corra!" (2017), "A Bruxa" (2015) e "Hereditário" (2018).

Essa "nova onda" dos longas de terror não é um problema para os diretores de "Pânico", pois eles acreditam que há espaço para todos os tipos de produções. "Um dos motivos de amarmos filmes do gênero é porque temos um guarda-chuva gigante, com diferentes histórias que podem se encaixar em um só gênero", explica Tyler.

A grande diversidade de títulos sendo lançados, porém, traz uma desvantagem aos cineastas, que acreditam que "Pânico" pode não ser o melhor filme de terror lançado em 2022. "Esse ano ainda chegará aos cinemas 'Não! Não Olhe'. Só depois disso poderemos ter um veredito final", comenta Bettinelli-Olpin em referência ao filme de Jordan Peele que estreia em 22 de julho.

Mais "Pânico"

O quinto filme da franquia já está disponível para aluguel e compra nas plataformas digitais. O longa acompanha Sam Carpenter (Melissa Barrera) voltando à sua cidade natal, Woodsbro, depois que sua irmã mais nova é atacada por um assassino que usa a mesma máscara que assombra o lugar há quase 30 anos.

Para os diretores, o novo filme pode divertir até mesmo aqueles que não são fãs de filmes de terror. "Ele é empolgante, divertido, mas também emocionante e, é claro, assustador. Caso você não seja fã do gênero, é uma boa oportunidade para dar uma chance", pondera Gillett.

Uma sequência já foi anunciada e o sexto longa, em breve, entrará em produção. Para o próximo título, tanto os diretores quanto os roteiristas já foram confirmados. No entanto, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett foram ameaçadores quando o assunto foi detalhes da produção:

Se te contássemos, teríamos que te matar.