Editora da TV estatal russa dribla censura e invade estúdio para protestar
A âncora de um jornal na Rússia lia uma notícia quando uma mulher invadiu o estúdio do canal estatal de TV, o Channel One Russia — principal fonte de notícias para muitos milhões de russos e que segue a linha do Kremlin —, com um cartaz protestando contra a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Trecho da invasão foi compartilhado por Max Seddon, chefe da sucursal em Moscou da Financial Times. "Uma mulher invadiu o principal noticiário da noite ao vivo na Rússia com uma placa que diz: 'Pare a guerra'", escreveu ele em seu Twitter na tarde de hoje.
A mensagem na placa trazia um "sem guerra" em inglês e o restante escrito em russo. "Pare a guerra. Não acredite em propaganda. Eles estão mentindo para você aqui", traduziu o jornalista.
"Pare a guerra! Não à guerra", clamou Ovsyannikova no cartaz, em poucos segundos que esteve ao ar. Ela seria editora do canal.
O protesto inusitado ocorreu no 19º dia da guerra, iniciada quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro no que tem chamado de operação militar especial.
O Channel One disse que estava realizando uma revisão interna do incidente, informou a agência de notícias Tass.
A produção do noticiário cortou as imagens do estúdio e passou a exibir um corredor de um hospital enquanto a âncora continuava lendo uma notícia no teletrompter com a mulher falando atrás dela. "Pare a guerra. Não à guerra", gritou novamente a manifestante, de acordo com a Reuters.
Seddon perguntou aos seguidores se alguém conhecia a mulher com o cartaz. O escritor e cientista político Arieh Kovler respondeu que gostaria de saber se ela trabalha no jornal. "Explicaria como ela entrou no estúdio e parecia inteligente na TV", comentou.
O chefe da surcusal da Financial Times em Moscou voltou ao seu Twitter para falar que a manifetante anti-guerra se chama Marina Ovsyannikova, editora do Channel One Russia, segundo informou o jurista Pavel Chikov, chefe de um grupo de direitos humanos.
Após falar que a editora precisava ser protegida, Chikov disse que já há um advogado para defendê-la das acusações por "desacreditar as forças armadas russas". Ele também disse que ela foi levada presa para uma delegacia de polícia em Moscou, segundo a Reuters.
*Com informações da Reuters
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