Sisters lamentam preconceito por raça e cabelo: 'Perdemos oportunidades'
Na tarde de hoje, no jardim do "BBB 22" (TV Globo), Jessilane, Linn da Quebrada e Natália conversaram sobre os preconceitos que enfrentam enquanto mulheres negras e que assumiram seus cabelos naturais.
Lina contou que, quando trabalhava em um salão, as pessoas de cabelo crespo só alisavam ou faziam escova, além de o local não ter pessoas especializadas em cabelos "afro". Jessi disse que sua mãe tem um salão e que observou mudanças. Segundo a professora de biologia, hoje sua mãe evita alisar cabelos cacheados e sugere outras opções de tratamento.
No papo, Natália disse que, quando quis começar a transição capilar, enfrentou resistência por parte de sua mãe.
Minha mãe, quando eu falei que eu queria assumir meu cabelo afro, ela virou e falou assim: 'Você é doida. Você nunca vai conseguir um emprego.' Eu falei: 'Mãe, se eu não conseguir um emprego, eu monto minha empresa. Mas eu vou deixar meu cabelo assim'. Natália
"Como isso resistiu por muito tempo... E ainda resiste", refletiu Lina.
"Vamos ser sinceras. É muito velado, mas existe. Quantas vezes a gente perde oportunidades?", questionou Natália.
Jessilane ponderou se seu cabelo foi um fator que a impediu de conseguir emprego em escolas particulares.
"Muitas vezes, eu não conseguia nem entrar na escola pra entregar o currículo. [...] O único emprego que consegui foi processo seletivo do estado. Não sei se isso tinha a ver com meu cabelo", disse a professora de biologia.
"É porque no estado você não concorre esteticamente também", avaliou a atriz.
Quantas vezes a gente perde oportunidade por causa de nossos traços e até pelo nosso cabelo? Infelizmente, eu não sinto que eu tenho uma beleza europeia, eu sinto que eu tenho alguns traços finos. [...] Eu sinto que meus traços são fortes. Natália
Linn também relatou as dificuldades que enfrentou no mercado de trabalho enquanto travesti.
"Pela minha sexualidade, pela minha orientação e minha identidade, eu lembro que quando fui trabalhar em alguns lugares [...] as pessoas falavam: 'Não precisa vir assim'. Como se eu tivesse que abrir mão daquilo. Tinha que usar um uniforme masculino, tinha que usar um cabelo que não fosse um cabelo que me denunciasse", comentou.
No papo, Lina falou também de outros desafios de aceitação que afetaram sua vida: "Eu inventei a Linn da Quebrada para inventar forças."
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