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'3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central' tem dinheiro maldito e coincidência

"3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central" mostra detalhes de grande roubo - Divulgação
'3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central' mostra detalhes de grande roubo Imagem: Divulgação

Fernanda Talarico

De Splash, em São Paulo

20/03/2022 04h00Atualizada em 20/03/2022 11h36

A série documental "3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central" chegou à Netflix e, com três episódios de cerca de uma hora cada, conta a história de um dos grandes roubos da história do Brasil. Com uma narrativa que se assemelha muito à de uma trama de ficção — alô, "La Casa de Papel"! —, a produção traz detalhes e diferentes recriações do crime que tirou cerca de 3,5 toneladas de dinheiro da filial cearense do Banco Central do Brasil.

Para ficar por dentro de tudo o que aconteceu e é apresentado na minissérie, Splash te conta abaixo algumas curiosidades de "3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central".

O que aconteceu?

Em 2005, um túnel de 75 metros foi cavado por 34 homens que se revezaram durante três meses usando pás de jardineiro. A rota era profissional e contava com iluminação, ventilação e até mesmo um interfone que ligava o esconderijo ao cofre do Banco. Estima-se que 900 tábuas de madeira foram usadas na construção.

No dia 5 de agosto daquele ano, os ladrões invadiram a caixa-forte da instituição e levaram R$ 164,5 milhões — cerca de 3,5 toneladas de cédulas de R$ 50. Chama atenção que ninguém viu ou escutou nada que sinalizasse que um roubou estava em andamento. A ação de retirar o dinheiro do local durou cerca de 11 horas.

Série da Netflix recria assalto do dia 8 de agosto de 2005, em Fortaleza (CE) - Divulgação/ Netflix - Divulgação/ Netflix
Série da Netflix recria assalto do dia 8 de agosto de 2005, em Fortaleza (CE)
Imagem: Divulgação/ Netflix

Produção

Para mostrar a realidade dos fatos, a equipe do documentário construiu um túnel muito parecido com o original, feito pelos criminosos. A réplica foi feita em um estúdio em São Paulo e contava com dimensões parecidas, mas havia uma abertura na lateral para que fosse possível filmá-lo por dentro.

Assim como aconteceu na vida real, foram colocados alguns objetos no caminho, como ventiladores, tubulação de ar refrigerado, lâmpadas, garrafas de água e de isotônico, cordas e outras coisas.

Segundo a Netflix, foram três meses de pesquisas para seis meses de produção e quatro de pós-produção. Ao todo, foram entrevistadas mais de 30 pessoas.

Coincidência?

"3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central" chegou à Netflix na última quarta-feira e, por coincidência — será? —, a Polícia Federal prendeu, no mesmo dia, uma mulher de 41 anos suspeita de envolvimento no roubo. Acusada de lavagem de dinheiro, a manicure Francisca Eliziana Fernandes da Silva é apontada como uma das responsáveis por esconder a quantia milionária que foi roubada.

O mandado de prisão foi expedido pela Justiça Federal no Ceará e cumprido em Boa Viagem — cidade localizada no centro do estado, a cerca de 220 quilômetros da capital, Fortaleza. De acordo com a PF, a mulher será encaminhada ao sistema prisional cearense.

Grama de fachada

Para alugar a casa escolhida para ser o ponto de partida do túnel, uma empresa de fachada foi criada onde supostamente era oferecido o serviço de instalação de grama sintética.

A identidade falsa do dono da empresa, Paulo Sérgio, trazia como data de nascimento 05/08/1968, o mesmo dia e mês em que a quadrilha realizou o roubo. O líder mantinha um bom relacionamento com os vizinhos para não levantar suspeitas e, para afirmar o negócio que supostamente ofereciam, ele chegou a distribuir bonés estampados com o nome da firma em uma boate que frequentava.

Maldição?

"3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central" mostra que o trabalho da Polícia Federal foi prejudicado em decorrência de policiais que extorquiram, sequestraram e até mesmo assassinaram alguns assaltantes. Assim, houve criminosos que considerassem o dinheiro "maldito".