Hugh Hefner estuprava moradoras da Mansão Playboy, relatam modelos
O episódio da série documental "Secrets of Playboy" exibido ontem nos Estados Unidos trouxe à tona novos depoimentos de ex-modelos e funcionários da Mansão Playboy sobre o comportamento predatório de Hugh Hefner, fundador da publicação morto em 2017.
"Decidi falar em detalhes sobre o estupro de Hefner. Odeio essa palavra, mas não tem outra forma de descrever", diz a modelo Susie Krabacher, que posou nua na revista aos 17 anos e se mudou para a mansão aos 20.
No documentário, Susie conta que foi estuprada por Hugh Hefner enquanto tentava conquistar o título de "Playmate do Ano". Ela foi ao quarto dele para dar uma ideia sobre o concurso, e o milionário lhe deu um remédio para "relaxar". Sua próxima memória é ele nu em cima de seu corpo.
A modelo, que na infância foi estuprada pelo avô, relembra: "Eu achei que era um pesadelo, porque não parecia possível. Achei que estava revivendo a última vez que meu avô havia feito isso comigo... Esse homem velho com a boca aberta era real. Era uma pessoa real, era Hefner. Ele parecia o diabo, ele estava tão assustador".
Ela acredita que o remédio era metaqualona, sedativo que outras modelos já disseram ser comum na Mansão Playboy.
O novo episódio da série também fala sobre a modelo Dorothy Stratten, assassinada em 1980 pelo marido. Em seu depoimento para o documentário, o motorista Stefan Tetenbaum diz que ela foi estuprada por Hugh Hefner após o milionário desconfiar que ela havia feito sexo com um produtor sem sua autorização:
"Na mansão, primeiro você conhecia o Hefner. Você fazia sexo com ele, e depois ele te repassava para seus amigos. Você não violava essa ordem de atividades sexuais, mas a Dorothy quebrou as regras. Ouvimos ela gritando. Hefner a segurou e começou a estuprar seu ânus, e ela gritava", relembra o motorista.
Em seu livro "Matança do unicórnio: Dorothy Stratten", publicado em 1984, o cineasta Peter Bogdanovich já havia escrito que Stratten lhe contou sobre o estupro, mas pediu segredo. Em entrevista à Rolling Stone em 1986, Hefner negou as acuações dizendo que era tímido demais para estuprar alguém:
"Eu, fundador da Playboy ou não, sou um homem muito tímido. Não conseguiria me forçar sobre uma mulher, psicologicamente ou fisicamente, mais do que um homem poderia se forçar sobre a Lua", afirmou.
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