Alok ajudou Whindersson durante depressão: 'Não tratei como doente'
Alok é um dos principais nomes que se apresentarão no Lollapalooza Brasil hoje, mas muito tem se falado sobre ele por outros motivos. No último dia 3 de março, Whindersson Nunes lançou o seu mais novo especial da Netflix, "É de Mim Mesmo", e, entre os temas abordados, falou sobre sua depressão e como a presença de Alok o ajudou a melhorar.
"Ele ia muito para a minha casa durante aquele momento dele", conta o DJ em entrevista a Splash. "Eu estava tentando, de alguma forma, ajudá-lo, ouvi-lo."
Ele é um garoto muito especial e em nenhum momento o tratei como um doente.
Para Alok, a luta contra a depressão não é algo novo: ele mesmo enfrentou a doença pela primeira vez quando tinha apenas dez anos. O fato de já conhecer a sensação o impulsionou a ajudar o amigo. "Eu já sabia como era, e tentar explicar isso para alguém que nunca teve, é como explicar o gosto amargo para quem nunca provou. Como eu já tinha provado desse amargo, quis ajudá-lo."
E ele superou com muito bom humor, o que é muito legal.
Durante o especial, Whindersson conta sobre a visita do DJ. "O Alok foi falar comigo. Ele é um cara sensacional, gente boa demais, umas das pessoas com o coração mais legal que eu já vi na minha vida. Ele queria ir lá em casa porque via que eu não queria sair. Ele queria me tirar de casa: 'Vamos gravar, cara? Vamos conhecer o estúdio novo!'. E eu estava naquela de 'não cara, não quero trabalhar, sair?'".
O comediante conta que aceitou fazer o remix de "Girassol" depois que soube que Alok recebia cerca de R$ 500 mil por faixa. No entanto, depois, o DJ teria feito a proposta de eles doarem o cachê. Alok lembrou o caso dando risada.
"Foi mais ou menos aquilo. Eu não lembro de ter falado valores, mas ele perguntou e eu dei para ele uma ideia. Eu lembro que falei: 'E aí, irmão, vamos doar tudo?'. E na hora ele ligou para o empresário e disse para cancelar", lembra ao confirmar que o que foi exposto pelo amigo em "É de Mim Mesmo" realmente aconteceu.
"Meu amor"
Alok vive um momento de renovação em sua carreira. Um exemplo disso foi o processo de criação de seu novo álbum — com previsão de lançamento ainda para este ano —, que o levou para ao povo indígena Huni Kuî, que o recebeu para a produção das faixas. Lá, em uma cerimônia de encerramento, o artista conheceu Ixã, um jovem de 19 anos, enteado do cacique Mapu Kuî.
O DJ conta que, ao ouvir o menino cantar, decidiu que precisava desenvolver uma música com ele. "O Ixã acompanhou todos os dias sem falar nada. Quando ele pegou o violão e cantou, eu não acreditei no que eu estava ouvindo e chamei ele para o estúdio."
Ixã nasceu Hugo Gabriel Messias Pantoja e começou a tocar quando tinha apenas dez anos. Segundo Ixã conta, a apresentação que chamou a atenção de Alok foi algo indescritível até mesmo para ele. "Estar no projeto e ver toda a movimentação já era um sonho realizado. E, no último dia, quando cantei, foi de uma forma que não tinha feito antes."
Quando o convite veio, nem acreditei. Foi tudo sem pretensão.
O jovem aceitou criar a faixa com a Alok, e da parceria nasceu "Meu Amor".
Lollapalooza
Para a apresentação desta noite, o DJ promete bater o recorde de show com laser no Brasil. Além disso, apresentará algumas músicas do novo álbum.
"Esse projeto é o mais importante da minha carreira porque ele não é para mim. Eu estou sendo mais um instrumento para que eles possam ser ouvidos", conta.
Quanto ao show, que também contará com a presença de Ixã, Alok conta estar ansioso. "Este é uma das maiores apresentações do meu retorno [depois do início da pandemia do coronavírus]. Estou preparando ele há bastante tempo", diz.
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