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Criador do Flow critica quem chama Monark de nazista: 'É um trauma gigante'

Igor Coelho, um dos fundados do "Flow", sofreu redução no salário após polêmica envolvendo Monark - Reprodução: YouTube
Igor Coelho, um dos fundados do "Flow", sofreu redução no salário após polêmica envolvendo Monark Imagem: Reprodução: YouTube

Colaboração para Splash, em Maceió

26/03/2022 23h32

O influenciador digital Igor Coelho, conhecido nas redes sociais como Igor 3k, um dos criadores do podcast Flow, negou que seu ex-parceiro de trabalho, Bruno Monteiro Aiub, o Monark, seja nazista, e disse que desfazer a sociedade com o youtuber, após ele defender a existência de um partido nazista reconhecido por lei no Brasil, foi "um trauma gigante".

Em um vídeo publicado no canal do Flow no YouTube, Igor 3k admite que a fala de Monark "foi irresponsável", mas apontou que é preciso fazer "um salto lógico muito filho da put*" para, a partir disso, chamar Bruno de nazista.

"O Monark foi irresponsável numa fala [mas] estão até agora tentando pintar o moleque de nazista... Pô, eu morei com o Monark um ano e meio da minha vida, porra, eu acho que eu saberia [se ele fosse nazista], tá ligado? Ele estava falando da liberdade de existir diferentes ideias, ele usou um exemplo de merda, muito irresponsável, beleza, agora dizer que o moleque é nazista precisa de um salto lógico muito filho da put* para tu fazer isso", declarou.

Coelho mostrou-se revoltado pelo fato de as pessoas não levarem em consideração "nada da história e do que foi construído até aqui" do Flow, e confessa que chegou a sentir vontade de parar de "brigar", mas mudou de ideia para não demonstrar que "está derrotado".

"Eu perdi grande parte do meu sonho... Depois de conversas que tive com meus amigos, com o Monark até, eu não posso ter essa atitude de ficar de vítima, porque, assim, ninguém vai ter pena de mim, eles vão me destruir se eu ficar quieto, não posso ficar quieto. Nesse momento, estou com essa fragilidade do YouTube me sacaneando, mas eu não posso ficar quieto mais, cansei de ficar quieto, eu já tentei o caminho de conversar, de não jogar para o público, mas nada acontece, se não acontece, preciso jogar para o público, infelizmente, que eles estão me destruindo mesmo", afirmou.

Segundo Igor 3k, "em breve" ele colocará a boca no trombone e contará os bastidores de tudo que aconteceu, pois houve muita "filha da putagem nessa história", coisas que estão "entaladas" em sua garganta.

Igor 3k destaca que, mesmo tendo sido ágil na decisão de romper a sociedade com Monark, as pessoas continuaram criticando o canal. Para ele, ter que romper a parceria com Aiub não foi algo fácil e, pelo contrário, provocou "um trauma pessoal gigante", pois ele sabe que o Monark não é nazista.

"Eu fiz tudo o que tinha para fazer, o que vocês queriam que eu fizesse mais? O Monark ele saiu do Flow em 12h [após a repercussão nas redes]. Todo mundo que eu converso, eles falam: 'Caraca, vocês foram muito rápidos para agir'. Eu não demiti alguém, o cara era meu sócio, 50%, é diferente, tem um trauma gigante, ele começou isso aqui comigo, se não fosse ele, isso não existia, é um trauma gigante e para mim é um trauma pessoal gigante [porque] eu sei que o Monark não é nazista, e ter que ouvir coisas, e isso foi um erro meu também, eu ouvir coisas de pessoas sem retrucar, porque eu estava no modo diferente, eu estava pensando em apaziguar, mas não funcionou, não aconteceu nada", contou.

Igor 3k diz que está sendo 'asfixiado' pelo YouTube

Desde o episódio polêmico em que Monark defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil em fevereiro, o alcance do Flow, antes um dos canais mais assistidos e repercutidos no país, caiu drasticamente.

No vídeo, o criador do canal afirma que está sendo "asfixiado" pela plataforma de streaming, que deixou de ser monetizado e que tem trabalhado de graça — anteriormente, ele contou que sofreu uma redução de 90% em seu salário.

"A gente tem um problema de asfixia brutal. É absolutamente injusto e filha da put* o que está acontecendo", afirmou, em tom de revolta.

Além da perda de alcance e de patrocínio — diversas marcas romperam com o Flow desde então, Igor 3k admite que continua enfrentando dificuldades para encontrar convidados que aceitem participar do programa.

"Existe alguns nichos de convidados, um tipo de artista, um grupo de pessoas, que estão relutantes, o que para mim é muito maluco isso daí. As primeiras semanas foram esquisitas, [o que] dá para entender... Eu vou lembrar disso aí depois, tá ligado? Não que eles precisem de mim, mas, porra, é desleal, desonesto, injusto e filha de put*", completou.

Anteriormente, Coelho havia criticado as personalidades entrevistadas pelo Flow que pediram para ter seus vídeos retirados do canal. Para ele, trata-se de uma atitude "escrota".

De acordo com o colunista Fefito, do UOL, cerca de 30 famosos exigiram que as entrevistas que concederam ao podcast sejam deletadas da plataforma.

Monark elogia plataforma conservadora

Nesta semana, Monark rompeu o silêncio e anunciou seu retorno nas redes sociais, além de sinalizar que ingressará na plataforma Rumble, um site canadense que funciona de forma similar ao YouTube, e que foi adotado por conservadores de extrema-direita, como os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo Monark, o Rumble não vai censurar sua forma de pensar.

"Está aí uma plataforma que respeita a liberdade de expressão e que não vai censurar ninguém", escreveu no Twitter.

Lançado pelo canadense Chris Pavlovski, o Rumble se descreve como favorável ao "livre discurso" e mantém baixa moderação de conteúdo.

É por isso que, embora tenha quase uma década de existência (foi criado em 2013), somente agora o app tenha chegado aos holofotes, "surfando" na onda das remoções de conteúdos do YouTube pelo fato de violarem as políticas de uso da empresa —como espalhar fake news.