Tributo a Hawkins tem gritos por Lula no palco e ofensa a Bolsonaro
Ao subir no palco do Lolla, Marcelo D2 protestou contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a censura do TSE e citou o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).
"Eles falaram que a gente não pode fazer campanha, mas a gente pode homenagear o festival. Ole, ole, ola, Lula, Lula", cantou o rapper, fazendo a brincadeira com o nome do ex-presidente e o "Lolla", que dá nome ao festival.
Ao fundo, no telão, aparecia a frase "Desobedeça". Hoje, o TSE vetou manifestações políticas no Lolla após um pedido de PL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
D2 pediu ainda que os jovens votem.
A gente tem uma grande oportunidade de mudar. Vocês que são mais jovens, tem que votar. Vocês tem que votar, se não as tiazinhas do 'zap' vão ser todas enganadas por esse filho da p*ta".
Anteriormente, D2 havia aderido ao coro de "Bolsonaro, vai tomar no c*".
Ao chegar ao festival, Marcelo D2 não citou o nome de Bolsonaro diretamente, mas deixou claro que falava do presidente.
"Hoje, ele não. Ele não vai fazer a narrativa. Isso aqui é sobre amor, é sobre Taylor Hawkins. A gente vai fazer narrativa e falar de amor, porque é isso que vai salvar a gente", declarou Marcelo ao subir no palco ao lado da Planet Hemp.
Ainda na leva de protestos, Marcelo D2 citou também a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, assassinados em 2018.
Homenagem a Taylor
D2 também falou sobre a perda de Taylor Hawkins.
"Foi difícil vir aqui hoje", contou o rapper, emocionado. "A cicatriz não passa. O tempo passa, a saudade só aumenta", completou, dizendo esperar que a família de Taylor e os membros do Foo Fighters estejam bem.
Emicida abriu o tributo a Taylor Hawkins, na última noite de Lollapalooza, com uma homenagem ao cantor. Antes do rapper subir ao palco, foi exibida uma mensagem de Perry Farrell, criador do Lolla.
"Boa noite a cada um de vocês. Assim como todos nessa noite, nossos corações vibram e mandam as melhores energias pra família do Taylor e pra família Foo Fighters. Ontem foi um dia no qual nós nos divertimos, mas também foi um dia muito dificil de realizar nosso trabalho porque é muito dificil quando alguém que te inspira e te alegra parte pro outro plano. Todos nós na noite de ontem subimos aqui pensando no porquê a gente faz o que a gente faz. a razão de fazer o que a gente faz é o brilho no olho de vocês que recarrega o que a gente faz", declarou o rapper.
Na sequência, Emicida cantou "My Hero", sucesso da banda, ao lado de Rael.
"A noite inteira ficamos pensando no que fazer aqui? Música. Música que transforma todos nós em irmãos. em um tempo tão difícil, só ela consegue fazer com que nossos espíritos se conectem e novamente encontremos nosso herói. Vamos cantar esse refrão partilhando da musica e que o Taylor ouça lá de cima e os irmãos da Família Foo Fighters vão ver esse vídeo aqui e saber que tinha muito amor aqui emanando por eles", completou o rapper.
Ao final do tributo, Emicida chamou ao palco a banda Ego Kill Talent, que finalizou a homenagem cantando cover de "Everlong", sucesso da banda.
Presença de rappers
Criolo foi convidado por Emicida para subir ao palco na sequência.
Assim que o cantor entrou, a plateia entoou cantos de "Bolsonaro, vai tomar no c*", que tem sido uma constante durante o festival.
O rapper brincou diante dos gritos e afirmou que "a voz do povo, é a voz de Deus", antes de cantar um de seus maiores sucessos, a canção "Não existe amor em SP".
Rael, também presente no palco, também alfinetou Bolsonaro: "Não precisa xingar, a gente resolve na urna".
A rapper Bivolt também usou sua presença no palco na sequência para protestar contra o presidente, gritando "Fora Bolsonaro" e sendo ovacionada pela plateia.
Após Bivolt, Drik Barbosa se juntou a cantora, Emicida e Rael para cantar no tributo, seguidos de Mano Brown e MC Nego Blue. Bivolt voltou a falar politicamente, pedindo - em música - que os adolescentes tirem o título de eleitor para votar contra Bolsonaro.
Seguindo os protestos políticos, Mano Brown seguiu a fala de Rael e reforçou: "É na eleição que se decide".
Djonga - que já havia se apresentado mais cedo no festival e inflamado a plateia contra Bolsonaro - chegou no tributo na sequência. Juntos, os rappers pediram palmas aos DJs como DJ Nyack, ressaltando que o hip hop começou com os DJs.
Morte de Taylor
Hawkins, que se apresentaria no Lollapalooza Brasil no hoje, foi encontrado morto, aos 50 anos, em um hotel na Colômbia. Mais cedo, a polícia colombiana elaborou um relatório em que apontou a presença de uma substância branca, similar à cocaína, no quarto do famoso, segundo o jornal "El Tiempo".
Essa não foi a primeira overdose do artista. Em 2001, Taylor ficou em coma por duas semanas no hospital. Ele chegou até a revelar que tinha problemas com álcool e drogas no documentário "Foo Fighters: Back & Forth".
Com a morte de Taylor Hawkins, todas as apresentações da turnê na América do Sul foram canceladas, incluindo o último show do Lollapalooza, que aconteceria neste domingo.
Foo Fighters presta homenagem
Nas redes sociais, o Foo Fighters prestou uma homenagem a Taylor Hawkins e afirmou que toda a banda "está devastada pela perda trágida e prematura" do baterista.
"Seu espírito musical e sua risada contagiante viverão com todos nós para sempre. Nossos corações estão com sua mulher, filhos e família. Pedimos que sua privacidade seja tratada com o maior respeito neste momento inimaginavelmente difícil", acrescenta o comunicado.
Também na internet, o Lollapalooza lamentou a morte do músico, descrita pelo festival como "devastadora".
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