'Cavaleiro da Lua': para Ethan Hawke, idealismo torna líderes em vilões
Aos 51 anos, Ethan Hawke acumula quatro indicações ao Oscar e uma filmografia que inclui a Trilogia do Antes, de Richard Linklater, "Fé Corrompida" (2017) e "Dia de Treinamento" (2001), para citar apenas alguns. Prestes a voltar às telonas com "The Northman", novo filme do diretor de "A Bruxa" (2015) e "O Farol" (2019), ele também encara as telinhas e as muitas ramificações do Universo Cinematográfico Marvel.
Hawke interpreta Arthur Harrow na série "Cavaleiro da Lua", que chega hoje ao Disney+ estrelada por Oscar Isaac no papel-título. A história, com raízes na mitologia egípcia, trata de temas como saúde mental e o poder da fé e da religião —algo que é tratado justamente por meio do vilão.
O que faz um grande líder?
Em "Cavaleiro da Lua", Steven Grant (Oscar Isaac) é um homem que leva uma vida mundana, atormentado por apagões e memórias misteriosas de uma vida diferente. Após um encontro com Arthur Harrow, ele descobre ter Transtorno de Identidade Dissociativa, ou de múltiplas personalidades, e que divide o corpo com Marc Spector, um ex-mercenário que é o representante na Terra de Khonshu, o deus lunar egípcio.
Enquanto os inimigos se aglomeram à sua volta, Steven precisa aprender a se adaptar à nova realidade —tudo isso no meio de uma batalha mortal entre os poderosos deuses do Egito.
Para interpretar o vilão, que é uma espécie de líder cultista, Hawke se baseou em figuras reais. Entre elas, está o texano David Koresh, que foi o líder da seita Ramo Davidiano.
Os seguidores acreditavam que Koresh era o último profeta, e suas falas apocalípticas baseadas em interpretações da Bíblia atraíam muitos fiéis. A seita ficou conhecida quando, em 1993, um cerco organizado pelo governo dos Estados Unidos resultou em um tiroteio que culminou nas mortes de quatro agentes e seis seguidores de Koresh, em Waco, Texas.
"Acho que é uma combinação de coisas que vimos em muitos líderes cultistas, que ocupam pontos cegos pela História do mundo", opina o ator, sobre o que faz pessoas como seu personagem serem tão atraentes para grandes multidões.
"São pessoas que geralmente têm um senso de idealismo muito alto, que têm uma visão de como a vida poderia ser melhor. Então, essas pessoas ficam tão obcecadas com a própria visão e acreditam tanto na própria bondade que começam a acreditar que os fins justificam os meios", declara.
Eles sabem que, até certo ponto, estão corretos, e passam a não se importar com o dano que causam para alcançar os próprios objetivos. Eles justificam suas atitudes com essa nuvem de idealização.
Ethan Hawke, ator
Ethan Hawke e a Marvel
Com a expansão do Universo Cinematográfico Marvel (o MCU) durante a fase quatro, estamos vendo o leque de atores se expandir. Angelina Jolie, Barry Keoghan, Mahershala Ali, Tatiana Maslany e Awkwafina são apenas alguns dos nomes já presentes ou confirmados, e estamos falando de artistas com históricos e gostos muito diferentes.
Para Hawke, a conexão com o MCU vem de casa.
"Eu tenho quatro filhos, e sou um fã", conta, em entrevista concedida a Splash. "Assistir aos filmes [da Marvel] é algo que gostei de fazer com eles na última década. Assistimos, conversamos sobre eles, quais são os nossos favoritos e o que achamos."
Mas além disso, o interesse do ator na série também vem de uma curiosidade profissional.
"Eu sempre imaginei como seria atuar em uma dessas histórias, meio que brincar dentro desta caixa de areia. Eu amo a imaginação que apresentam, e sempre fui fã de ficção científica. Adoro quando as histórias entram nesse terreno do sci-fi. E a série parecia a oportunidade perfeita porque eu não conhecia o Cavaleiro da Lua, e tenho mais interesse do que em histórias que já foram contadas muitas vezes. É mais fácil trilhar seu próprio caminho do que tentar fazer a mesma coisa de uma forma diferente."
Com seis episódios na temporada, "Cavaleiro da Lua" tem texto de Jeremy Slater, responsável por desenvolver e roteirizar a série de "The Umbrella Academy", da Netflix. Os quatro primeiros episódios são dirigidos por Mohamed Diab, o primeiro cineasta do Oriente Médio a assumir a cadeira de direção de um título da Marvel Studios.
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