Acusado de assédio, Sion Sono já foi considerado um 'cineasta subversivo'

O diretor e roteirista japonês Sion Sono, de 60 anos, está sendo acusado de assédio sexual por diversas atrizes da indústria cinematográfica de seu país. Ele teve de cancelar um workshop que daria no Japão pois, segundo as denúncias, a maioria dos abusos aconteceriam nesses eventos.

Sono nasceu em 18 de dezembro de 1961, na cidade de Toyoake. Fez seu primeiro longa em 1990, "Bicycle Sighs", no qual também participou como ator e roteirista. Em seguida, foi para a Universidade de Berkeley, em São Francisco, nos Estados Unidos. Lá fez o segundo longa, "The Room" (1992), um conto sobre um assassino em série procurando um quarto em um distrito sombrio da capital japonesa. O filme participou de mais de 40 festivais, como o Festival de Cinema de Sundance, o Berlin Film Festival e o Rotterdam Film Festival.

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Ele já foi intitulado como "o cineasta mais subversivo que trabalha no cinema japonês hoje" pelo site The Hollywood Reporter, além de ser conhecido por percorrer diferentes gêneros cinematográficos. Seus filmes divergem um dos outros, quebrando a expectativa do público. Dentre as produções mais conhecidas estão "Mesa de Jantar de Noriko" (2005), "Love Exposure" (2008), "Cold Fish" (2010) e "Antiporno" (2017).

Ao longo da carreira, Sono recebeu prêmios na Ásia, Europa e Estados Unidos. "Love Exposure" lhe rendeu melhor direção e inovação em premiações como Fantasia Film Festival, New York Asian Film Festival e Barcelona Asian Film Festival. Já "Cold Fish" proporcionou o título de Melhor Diretor no Hochi Film Awards e Melhor Filme no Sitges Film Festival, na Espanha.

Ele era conhecido por se gabar de fazer avanços sexuais contra a "maioria de [suas] protagonistas", segundo o site japonês Shukan Josei Prime, responsável pela denúncia.

De acordo com a Variety, a indústria japonesa de cinema possui histórias de abuso sexual por parte de cineastas consagrados, mas pouco vem à tona. Campanhas como a #MeToo, que denunciou abusadores nos Estados Unidos e Inglaterra, não tiveram força no país asiático. Ainda assim, recentemente, denúncias de assédio contra o ator Kinoshita Houka e o diretor Sakaki Hideo ganharam destaque, e filmes foram cancelados.

Em caso de violência contra a mulher, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.

A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.