Cadela gravada em show de Wesley Safadão gera polêmica: 'Todo o conforto'
Um vídeo em que uma cadela de apenas sete meses é vista sendo segurada pelas patas e apoiada nos ombros de um homem dançando em meio à plateia de um show do cantor Wesley Safadão em Rio Preto da Eva (AM) virou alvo de críticas nas redes sociais. A tutora da poodle Mel, a técnica em enfermagem Alciliana Silva, 40, disse que levou a cachorrinha de estimação para a apresentação porque não tinha com quem deixar o animal durante o evento, realizado na noite de domingo (3), em comemoração ao aniversário de 40 anos do município e que ela não sofreu durante o episódio. Ativistas ambientais, no entanto, classificaram as imagens como "absurdas".
Alciliana mora em Manaus e precisou viajar 79 quilômetros de carro para ver a apresentação do artista. Segundo ela, foi a primeira vez que a filhote frequentou um ambiente com som alto e aglomeração. A tutora afirmou que Mel recebeu todos os cuidados necessários durante a viagem e aparentava estar se sentindo à vontade com a situação.
"Eu estava presente o tempo todo. Eu ia levar ela para minha mãe, mas, no momento, o trânsito estava horrível e não tive como levar. (...) levei por necessidade, eu não ia deixar minha cachorrinha sozinha. Terminou o show e aí a gente veio embora. (...) o que importa é que a minha cachorrinha estava em boas mãos", ressaltou.
Para a tutora, o barulho do show não prejudicou o animal e nem o deixou agitado. "Ela estava comigo e estava com todo o conforto dela. Eu levei água e o alimento dela. E simplesmente o show não durou nem quatro horas, e eu não fui no momento que começou o show. Quando eu cheguei já estava para terminar", declarou a técnica em enfermagem, acrescentando ser "apaixonada" pelo poodle.
A ativista ambiental e presidente da ONG de proteção a animais Patinha Carente, Vanessa Facundes, destacou que a atitude pode configurar maus-tratos, pois, segundo ela, ignora a sensibilidade da audição dos cachorros, principalmente filhotes. Além disso, de acordo com a ativista, a cadela correu riscos de se lesionar por causa do tumulto.
"É absurdo ver que os seres humanos não têm limites em relação à crueldade contra os animais. (...) eles ouvem mais de dez vezes do que nós, que somos humanos. Esses sons têm decibéis próximos de fogos de artifício, sem contar que o animal poderia cair e ser pisoteado. É o que acontece em cavalgadas", explicou Facundes.
Segundo a ativista, mesmo que os animais não demonstrem estresse, é "necessário haver bom senso" dos tutores para evitar acidentes. "Ela precisa ter consciência de que não irá repetir mais isso", concluiu.
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