Joelma sobre início há 28 anos: 'Nunca imaginava nem vender 10 mil cópias'
Se tem uma palavra que Joelma conhece bem é superação. Depois de ser infectada três vezes pela covid-19 ao longo da pandemia, a cantora voltou aos palcos na última sexta-feira (8) para dar início a sua nova turnê: Isso é Calypso.
Com 28 anos de estrada e completando seis de carreira solo, ela pretende fazer cem shows pelo Brasil e pelo mundo no período de um ano.
"Tenho propostas para ir aos EUA e para a Europa", adianta Joelma a Splash, que já tem shows marcados em outros quatro estados depois da abertura em São Paulo e gravará o DVD da turnê em Manaus, em maio.
Joelma aproveitou o longo período longe dos palcos para preparar um show repleto de nostalgia. Para isso, ela revisitou seu acervo de discos e figurinos e refletiu muito sobre as quase três décadas de música.
Quando comecei minha carreira, há 28 anos, eu nunca imaginava nem vender 10 mil cópias. Assistir aos vídeos e revisitar o começo de tudo foi incrível. Um sentimento único e que me emocionou demais.
A escolha de São Paulo para sediar o primeiro show da turnê também não foi em vão. A cidade foi um divisor de águas na carreira da paraense.
"O primeiro DVD da Banda Calypso foi em São Paulo, na casa de shows Patativa. O estado acolheu muito nosso ritmo, nossa cultura e foi uma fase importante no início de tudo. Então começar por São Paulo é realmente como uma forma de gratidão e de relembrar deste momento que marcou minha trajetória."
Gravado em 17 de dezembro de 2003, há quase 20 anos, o show reuniu cerca de 30 mil pessoas, considerado recorde de público da casa que costumava trazer fenômenos da música popular como Calcinha Preta, Magníficos, Limão com Mel, Frank Aguiar e outros.
A banda Calypso tinha quatro anos de carreira e, a partir desse DVD, ganhou fama nacional. No auge da pirataria, foi também um dos títulos que mais rendeu no mercado paralelo. Hoje em carreira solo, Joelma escolheu o nome da turnê para celebrar o ritmo que a consagrou, o mesmo que dava nome ao antigo grupo.
"Quero trazer esse sentimento de quem me acompanha desde o começo de tudo e também unir com as novidades da minha carreira solo, do momento que tô vivendo."
A ideia do show que conta com balé de oito integrantes e muitas trocas de figurino —alguns clássicos da carreira— é emocionar o público que não a abandonou após o rompimento com Ximbinha. "Vocês vão chorar viu? Mas será choro bom", avisa Joelma aos fãs.
Grito de liberdade
"Isso é Calypso", frase que Joelma repete dezenas de vezes a cada apresentação e até mesmo em suas músicas, tem um significado importante para a cantora nunca esquecer do seu passado. Por isso, o nome da turnê não poderia ser outro.
"Essa frase foi um grito de liberdade. Quando eu estava começando a carreira e vim fazer um programa de TV em São Paulo, me perguntaram de onde eu era nos camarins. Quando eu falei que era do Pará, torceram o nariz e fizeram cara de nojo", relembra a cantora.
"Quando eu subi no palco dei esse grito realmente como uma forma de liberdade e orgulho de quem sou, de onde venho, do meu Estado e da minha cultura. Calypso é um ritmo assim como o sertanejo, forró, pagode..."
De volta aos palcos, Joelma ainda quer aproveitar para matar a saudade de seus fãs, que costumam fazer sacrifícios para seguí-la pelo Brasil. "Confesso que a energia e o calor do público me alimenta e estava fazendo muita falta. Abraçar eles, tirar foto, ter esse momento é algo único que eu dou muito valor."
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