Paola Carosella diz que não quer comprar brigas, mas 'abrir conversas'
A chef de cozinha e ex-jurada do "Masterchef Brasil" (Band) Paola Carosella, 49 anos, explicou que seus comentários políticos são para tentar conversar e não brigar.
"Eu não quero comprar brigas, eu gostaria de abrir conversas e o que eu compro, espaços onde tento me mostrar e conversar, todos estão relacionados, eu não milito por tudo. Cachorrinho, demarcação de terras indígenas, miséria, pobreza, racismo. É tudo junto, tá tudo junto. [...] O traço é só um. [...] Militar, não sei se é essa a palavra. me envolver nessas coisas, pra mim é meio que obrigatório", contou a chef durante participação no "Papo de Segunda" (GNT) de hoje.
Ela reforçou que começou a falar mais após concluir seu processo de naturalização.
"Eu não era naturalizada brasileira, era residente; Moro desde 2001, mas só era residente. Numa hora, eu entendi que não podia ser só residente. Era imprescindível pra mim poder votar. Comecei os trâmites da naturalização em 2018. Quando estava tudo pronto, fechou tudo por causa da covid. Demorei até 2021, ano passado. Me naturalizei agora, faz pouco tempo", começou.
Ela, então, explicou por que ficou com medo de falar mal do presidente e de seu governo.
A pessoa que tem que dar a última assinatura quando um estrangeiro se naturaliza é o presidente. Não é que ele pega um por um, mas tem o visto do gabinete. Então eu fiquei com muito medo, de que se eu falasse, não iam me dar isso. Eu fiquei muita quieta. Mas depois, quando abriu a gaiola, eu saí gritando que nem louca. Tô desde janeiro assim, provavelmente agora vou ficar mais quietinha", contou.
Ela reforçou, ainda, que não "pesa na balança" o peso antes de suas palavras.
"Se eu botasse, eu não faria. Perco uma porrada de contrato, além de ameaças, muitas dessas de rede social", declarou Paola.
Brasil
Paola ainda rasgou elogios ao Brasil.
"O amor que tenho pelo Brasil é o amor que eu tenho por uma sociedade. Amo o lugar onde estou, as pessoas. Gostaria de mudar muitas coisas se fosse possível. Como o Emicida fala, a gente dá umas sugestões, apesar de muita coisa. Mas acho que quanto mais eu conheço e viajo pelo Brasil, mais eu me encanto. Não sei se paixão é a palavra, é uma espécie de tesão com encantamento com vontade de devorar o país", detalhou Paola.
Paola declarou, ainda, se sentir na obrigação de se posicionar."Não sei se falar no Facebook muda alguma coisa. Que bom que tem as redes sociais, essa forma das pessoas falarem. Nas últimas manifestações que fiz sobre coisas como o peso da comida, recebi tantas críticas, comentários tão agressivos que pensei por que eu tô fazendo isso", contou.
Ainda assim, ela afirmou que não há como não falar.
"A gente faz porque não tem como. Quando você vê que a solução, do problema existe e quando você vê que tem outro caminho, e esse caminho tá claro, é tão fácil de de fazer, é só querer", explicou.
Paola reforçou novamente que o que ela quer é, na verdade, explicar e não brigar com os que discordam de suas ideias.
Relação com comida
No programa, Paola falou também sobre sua relação com a comida e contou que cortou 100% a carne animal de sua alimentação. Contudo, ainda não conseguiu cortar do seu restaurante devido a pedidos de clientes.
Ela contou ainda gostar de comidas mais simples e que quase nunca come a comida que faz para os outros.
"Uma coisa que a gente não faz mais: pensar na nossa conexão com a comida", contou a chef, ressaltando que fala sobre pessoas que moram em cidades grandes, onde há grandes opções de delivery o tempo todo.
"A gente precisa se envolver com o ato de comer. A gente precisa cozinhar, gastar um tempo cozinhando, envolver o corpo. Falar enquanto come, conversar. Essa sociedade moderna que se livrou em tudo isso em prol de uma praticidade...", criticou a chef.
Carosella aproveitou ainda para criticar rapidamente as falas de Maíra Cardi falando sobre a alimentação de Arthur Aguiar no "BBB 22" e usando o termo "estupro alimentar".
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