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Anitta bloqueia Jair Bolsonaro no Twitter: 'Vai catar o que fazer, vai'

Anitta diz que não quer que administradores da conta de Bolsonaro usem suas redes para "gerar buzz" - Reprodução/Instagram
Anitta diz que não quer que administradores da conta de Bolsonaro usem suas redes para 'gerar buzz' Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

16/04/2022 19h19Atualizada em 16/04/2022 20h35

Após ter uma publicação compartilhada de forma irônica pela conta oficial de Jair Bolsonaro (PL) no Twitter, Anitta decidiu bloquear o perfil do presidente.

"Meti logo um block pra esses adms [administradores] dele não ficarem usando minhas redes sociais pra ganhar buzz [barulho] na internet", explicou a cantora.

Quando se bloqueia um perfil no Twitter, o dono da conta fica impossibilitado de ver suas postagens e interagir com você. A cantora também respondeu à postagem do presidente: "Ai garoto, vai catar o que fazer, vai".

Anitta respondeu o presidente Jair Bolsonaro: "Vai catar o que fazer, vai" - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Anitta respondeu o presidente Jair Bolsonaro: "Vai catar o que fazer, vai"
Imagem: Reprodução/Twitter

Mais cedo, Bolsonaro compartilhou uma postagem em que Anitta defende que as cores azul, verde e amarelo "pertencem aos brasileiros" e que "ninguém pode se apropriar do significado das bandeiras do nosso país".

O presidente ironizou numa postagem com vários emojis da bandeira e o nome da cantora escrito errado: "Concordo com a Anita".

A cantora concordou com um fã, que elogiou a decisão: "Ainda bem que tu percebeu isso... O cara contratou uma equipe pra 'converter' o povo jovem, pra tentar mostrar ser um presida engraçado descolado. Passo mal", ao que ela respondeu "sim" com um emoji de sono.

Em outra série de postagens, Anitta explicou por que não cita o nome de Bolsonaro: "Nesse momento, qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser revertida em forma de deboche pelas mídias sociais dele. Assim, o artista vira o chato mimizento e ele o cara bacana que leva tudo numa boa".

"Já usei essa estratégia algumas vezes, por isso sei bem o que tá rolando. Comecei a perceber quando eles começaram a usar as músicas dos artistas que odeiam ele no fundo dos seus stories sobre o governo. Agora, a estratégia do lado oposto precisa ser citar o nome dele o menos possível", opinou Anitta.

Anitta explica por que parou de citar o nome de Bolsonaro, e diz ter entendido a estratégia da campanha do presidente - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Anitta explica por que parou de citar o nome de Bolsonaro, e diz ter entendido a estratégia da campanha do presidente
Imagem: Reprodução/Twitter

Anitta, que ontem se apresentou no festival californiano Coachella, hoje também postou uma indireta citando Rita Lee: "Deus me proteja da sua inveja, Deus me defenda da sua macumba, Deus me imunize do seu veneno, Deus me perdoe por querer que Deus me livre e guarde de você. Rita Lee gênia demais, amo essa música".

Um fã questionou quem era o alvo da indireta, e a cantora respondeu: "Foi pra Deus me livrar do olho gordo, pois tem muito no mundo". Em seguida, veio o anúncio de que havia bloqueado a conta do presidente.

Anitta no Coachella

As cores da bandeira, que nos últimos anos foram associadas aos protestos bolsonaristas, não foram a única referência política no show de Anitta no Coachella.

Durante a apresentação do balé da cantora no palco do Coachella, foi possível ouvir os dançarinos exclamando: "Fora, Bolsonaro". Arielle Macedo, bailarina e coreógrafa da cantora, brincou os gritos deram motivação para o show.

Bolsonaro e os artistas

No mês passado, o PL, partido de Bolsonaro, entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para proibir artistas de se manifestarem politicamente no Lollapalooza. O pedido aconteceu após Pabllo Vittar pedir a saída do presidente e segurar uma bandeira com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O pedido foi aceito pelo ministro Raul Araújo, que viu a ação como propaganda eleitoral antecipada. O mesmo ministro, entre fevereiro e março, decidiu manter outdoors a favor de Bolsonaro colocados por instituições agrícolas em diversos estados.

No entanto, a proibição não funcionou, porque o partido citou a empresa errada na denúncia. Nos dias de festival seguintes à decisão, outros artistas se manifestaram contra Bolsonaro e chamaram a proibição de censura.

Depois, Bolsonaro disse que pediu para o partido retirar a ação contra o Lollapalooza.