Drama da família e desespero do acidente: a série sobre voo da Chapecoense
O acidente aéreo envolvendo o time da Chapecoense é um daqueles casos que vai além dos fãs de esporte e choca até o mais desinteressado em futebol. Era madrugada de 29 de novembro de 2016 quando o avião a serviço do time caiu na Colômbia e matou 71 pessoas, entre atletas, jornalistas e membros do time. A tragédia chegou a níveis mundiais e, até hoje, é cercada de polêmicas.
Seis anos se passaram e a minissérie documental "Dossiê Chapecó: O Jogo Por Trás da Tragédia", que lança o seu primeiro episódio neste sábado no Discovery+, expõe ao público as perguntas sem respostas, a falta de punição dos culpados e o drama vivido até hoje pelas famílias e pelos poucos sobreviventes. São diversas entrevistas, relatos e registros que ajudam a mostrar os detalhes envolvendo o acidente, e para isso, conta a história do clube, o envolvimento com os torcedores, e o caminho percorrido no futebol brasileiro.
Entre depoimentos emocionantes estão os dos jogadores Neto e Alan Ruschel, que sobreviveram a tragédia, e de familiares das vítimas como Aline Machado, viúva de Felipe Machado, e Girlene Rangel, viúva de Bruno Rangel. O primeiro episódio conta também com relatos sobre os momentos que antecederam a queda do avião. Os depoimentos demonstram os minutos de desespero que os passageiros passaram, com gritos e rezas com pedidos de socorro a Jesus.
Entre os entrevistados, há também lembranças e comentários feitos pelos jornalistas esportivos Juca Kfouri e Alex Sabino, da Folha de S.Paulo. Eles pontuam sobre a importância do time de Santa Catarina e explicam sobre o bom momento que o Chapecoense vivia à época: a equipe jogaria a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, na Colômbia, quando sofreu o acidente. Posteriormente, o time colombiano cedeu ao "Chape" o título de campeão.
No entanto, se engana quem acredita que "Dossiê Chapecó: O Jogo Por Trás da Tragédia" é voltado apenas à torcida do Chapecoense ou aos fãs do esporte: a minissérie é uma produção de true crime (sobre crimes reais) que, logo em seu primeiro episódio, levanta questões importantes sobre o ocorrido. É explicado ao público, por exemplo, as questões financeiras que levaram a Chapecoense ter escolhido a companhia aérea LaMia, que cobrou US$ 130 mil pelo trajeto de ida e volta, mas há tempos oferecia um serviço precário, como quando os jogadores fizeram uma escala na Bolívia e precisaram usar uma van sem porta.
Em uma de suas falas, Alex Sabino questiona sobre os "mistérios" envolvendo a companhia aérea: "Perguntas básicas não foram respondidas: Como uma empresa pequena e boliviana — que ninguém nunca tinha ouvido falar — começou a transportar equipes de futebol? Quem eram os donos? Por que ninguém foi punido?".
Anos se passaram e o acidente não é mais algo tão comentado, mas ao longo dos quatro episódios, a intenção é destrinchar o assunto, jogar luz nos mistérios e talvez amenizar algo dito por Neto durante seu depoimento: "A comoção pública passou, mas a dor do esquecimento e da injustiça mata a gente".
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