Gabriel Luiz, repórter da Globo esfaqueado em Brasília, recebe alta da UTI
O repórter da TV Globo Gabriel Luiz, 29 anos, esfaqueado na semana passada em frente ao prédio em que mora, em Brasília, deixou na tarde de hoje a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Brasília, onde está internado desde sexta-feira (15). Ele foi transferido para um leito de enfermaria do centro clínico.
A informação foi confirmada a Splash pela família do jornalista. "Gabriel reagiu bem ao tratamento e passa bem. Fez alguns exames na manhã de hoje. Estamos muito felizes e agradecidos pela evolução do quadro e pelo apoio de todos", afirmou o pai, Wilton Luiz Rufino.
Mãe do comunicador, a empresária Cácia Attias também comemorou a melhora do filho: "Nós estamos bem otimistas, estamos bem felizes e muito gratos por todo o apoio que o Hospital Brasília e o Hospital de Base têm dado... Só gratidão mesmo, meu filho está vivo".
O jornalista chegou a ser intubado após sofrer cerca de 10 golpes de faca numa tentativa de latrocínio, na noite de quinta-feira (14). Os ataques provocaram perfurações em órgãos vitais, como pulmão e veias no pescoço e estômago. Segundo o último boletim médico, emitido pelo Hospital de Base de Brasília, que o atendeu com hemorragia, o estado inicial de saúde de Gabriel foi considerado grave com risco de morte.
A tia de Gabriel Luiz, Márcia Regina, que o acompanhou durante o processo de internação, disse que os médicos que o atenderam no Hospital de Base foram ontem visitá-lo no Hospital Brasília. "Ficaram entusiasmados com o tanto que ele estava se recuperando rápido e bem, apesar de tudo o que aconteceu! Está sendo uma benção e ele realmente sempre foi muito forte e obstinado", disse.
Carreira: de 'pseudo-Bonner' a editor na Globo
Jornalista no DF com passagens por veículos como Correio Braziliense, portal Metrópoles e TV Globo, Gabriel Luiz é conhecido pelo jeito irreverente de lidar com suas fontes. Formado em jornalismo pela UnB (Universidade de Brasília) desde 2014, durante a faculdade seus colegas o conheciam como "Bonner", em referência ao apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner.
O apelido foi dado devido ao fato de Gabriel proclamar desde cedo admiração pelo telejornalismo da Rede Globo. Em nota, a emissora afirmou lamentar o ocorrido e disse ainda que aguarda as investigações da polícia. "A Globo repudia veemente todas as formas de violência e espera que o caso seja esclarecido o mais rapidamente possível. O jornalismo da Globo continuará acompanhando os desdobramentos do crime na Justiça."
Orientadora do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Gabriel Luiz sobre o uso de celulares no telejornalismo, a professora Letícia Renault se disse orgulhosa do sucesso do jornalista na profissão.
"Lembro-me perfeitamente de quando ele chegou na minha turma. O TCC dele é uma referência na UnB por ter sido pioneiro na tese sobre o uso do celular como equipamento no esforço de reportagem. Ele poderia ter ido para outros caminhos, mas fez bem em perseguir seu talento", disse a professora.
Prisão de suspeitos
A polícia apreendeu um jovem de 17 anos e prendeu outro, de 19, suspeitos do crime. Os delegados envolvidos na investigação no Distrito Federal concluíram que o jornalista sofreu uma tentativa de latrocínio — que é o roubo seguido de morte.
"Trata-se de uma tentativa de latrocínio, isso ficou notório e é importante colocar aqui. Houve a subtração da carteira, provavelmente 250 reais que teriam sido subtraídos pelos autores, descartando-se com isso, então, as outras linhas de investigação", contou Petter Ranquetat, um dos delegados envolvidos no caso, em entrevista à imprensa.
"Segundo eles relataram, foi feito um roubo, um dos indivíduos deu um mata leão, enquanto o outro desferia as facadas. Ambos disseram que não conheciam a vítima. Viram que ele estava sozinho e viram uma vítima em potencial", completou Douglas Fernandes, o outro delegado envolvido.
Saída ao comércio e pedido de socorro
Gabriel Luiz foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros do DF sentado debaixo de uma marquise, tentando conter o sangramento, depois de ter sido atingido. Segundo a administração do edifício em que ele mora, o jornalista havia saído a pé para ir a um comércio local.
Testemunhas ouvidas pelo UOL contam que Gabriel foi seguido por dois suspeitos, que o cercaram. Segundo relatos, um dos criminosos segurou a vítima para o outro esfaquear. Durante os ataques, o jornalista pediu socorro ao porteiro do prédio onde mora.
Câmeras de segurança registraram a aproximação dos suspeitos. As imagens mostram Gabriel passando pelo estacionamento sozinho. Um homem aparece logo em seguida e outro atrás dele. Os dois atacam Gabriel com golpes de faca e, em seguida, saem correndo em fuga.
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