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'Quer o meu sangue': Depp pediu para ser ferido com faca em briga com Amber

Johnny Depp que Amber Heard o ferisse com faca em áudio apresentado no julgamento - Jason Merritt/Getty Images
Johnny Depp que Amber Heard o ferisse com faca em áudio apresentado no julgamento Imagem: Jason Merritt/Getty Images

De Splash, em São Paulo

25/04/2022 19h50

Um áudio de Johnny Depp chamou a atenção no último dia de depoimentos no julgamento que envolve o ator e a ex-mulher, Amber Heard. Ambos se acusam de difamação desde 2018.

A defesa da atriz mostrou o áudio em que Depp pede para ser cortado com uma faca durante uma discussão, segundo relato do jornal Daily Mail. "Você pegou tudo e quer o meu sangue. Pegue", pediu o ator em 2016 segundo os advogados de Amber Heard.

Durante o julgamento, Depp alegou que o sangue era "a única coisa que ainda tinha" diante do desgaste com as constantes discussões no casamento. Ele alega que chegou a oferecer uma faca para a ex-mulher.

"Ela negou. Eu disse que o sangue era tudo que me restava. Se ela não fosse fazer isso, eu teria feito. Eu estava no fim, quebrado. Não havia ameaça para Heard. Tratava-se de derramar o meu sangue, era a única coisa que ela não tinha", afirmou na sequência.

O site TMZ também aponta que Amber Heard acusou Johnny Depp de "usá-la como um cinzeiro" e atirar cigarros em seu corpo. "Eu vou morrer! Você está me causando tanto estresse", disse ela em outro áudio apresentado no julgamento.

"Acho que foi um exagero grosseiro", respondeu sobre a acusação da ex-mulher. "Eu me encontrei com ela na esperança de que ela retratasse suas mentiras", completou ele sobre uma das últimas conversas do casal em 2016.

Acusações e processo contra jornal

Johnny Depp foi substituído em "Animais Fantásticos 3" após perder um processo para o jornal britânico "The Sun". A publicação o chamou de "espancador de esposas", lembrou a revista Vanity Fair.

A justiça considerou que a manchete era "substancialmente verdadeira" após o jornal apresentar 14 relatos de abusos da ex-mulher do ator, a atriz e modelo Amber Heard, 35.

Os advogados de Amber Heard defenderam que, durante o casamento, Johnny Depp virava um "monstro" pelo consumo de drogas e álcool, com "ataques de raiva" que terminaram em agressões verbais, físicas e sexuais.

O julgamento está em andamento nos EUA. A defesa da modelo relatou várias cenas de violência, principalmente em março de 2015 na Austrália, onde Depp filmava o quinto episódio de "Piratas do Caribe".

"Esse monstro aparecia quando bebia ou usava drogas", acrescentou a advogada Elaine Bredehoft, mencionando coquetéis de álcool, medicamentos, cocaína, ecstasy e cogumelos alucinógenos.

O que motivou o julgamento

Ambos se acusam de difamação desde que ela publicou no jornal The Washington Post um artigo em que se descreve como uma "figura pública que representa a violência doméstica". "Eu falei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar", diz o texto de 2018.

A atriz não cita em nenhum momento Depp. Mas o ator a processou por difamação por insinuar que ele era um agressor. Ele pede US$ 50 milhões (R$ 233 milhões) em danos.

Após a publicação da coluna, Depp, que nega a agressão, entrou com uma ação de difamação contra Amber. A atriz, por sua vez, entrou com um processo de difamação em que pede US$ 100 milhões (R$ 466 milhões) pela continuação dos "abusos" e "assédio" que Depp lhe impôs durante o casamento.

O ator entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o Washington Post é impresso e onde o marco legal é mais favorável às denúncias de difamação do que na Califórnia, onde os dois atores residem. Os pedidos da atriz para que o processo fosse arquivado foram negados.

Os dois devem testemunhar com os atores James Franco, Paul Bettany e o magnata Elon Musk. O julgamento deve durar seis semanas.

Este caso se pauta principalmente na "Primeira Emenda" da Constituição, que confere a Amber Heard "o direito de dizer as palavras que disse", respondeu Rottenborn, e pediu ao júri que "confirme e proteja" esse direito.