'Shining Girls': quem Wagner Moura interpreta na série com Elisabeth Moss
Elisabeth Moss está habituada a interpretar personagens sofridas. A atriz vencedora do Emmy por "The Handmaid's Tale" também interpretou mulheres com muitos desafios emocionais e físicos nos filmes de terror "Nós" (2019) e "O Homem Invisível" (2020), e agora continua sua saga na série "Shining Girls", ao lado de ninguém menos que Wagner Moura.
Se a atriz de 39 anos tem certa afinidade com personagens pautadas pelo sofrimento dentro de uma realidade fantástica, o brasileiro que está abrindo caminhos em Hollywood tem proximidade com histórias de investigação e tramas policiais. Por isso, a união dos dois na nova atração do Apple TV+ coloca o melhor de dois mundos no mesmo lugar.
Adaptada do livro "Iluminadas", da sul-africana Lauren Beukes, a série tem oito episódios na primeira temporada, e os três primeiros já estão disponíveis no Apple TV+ a partir de hoje. Moss interpreta Kirby Mazrachi, uma arquivista que tem lapsos de memória e lampejos da realidade, anos após ter sobrevivido a um ataque brutal. Ela se une ao veterano repórter investigativo Dan Velázquez (Wagner Moura) para tentar entender sua realidade em constante transformação e encontrar o culpado pelo crime —que continua fazendo novas vítimas.
Contando assim, a história até parece uma trama comum de investigação policial dessas que encontramos aos montes em outras plataformas de streaming maiores. No entanto, "Shining Girls" tem uma teia emaranhada e complexa de cursos temporais que adicionam um fator a mais para a série, e a transformam em uma estreia que foge do caminho fácil de uma série protocolar.
Contar mais detalhes sobre a trama seria sinônimo de caminhar num lugar próximo à revelação de spoilers, o que não é a intenção aqui. Por isso, vale o aviso: não espere por uma história de assassino cruamente retirada das páginas policiais, e se prepare para algumas surpresas.
Em seu primeiro projeto como ator desde a estreia na direção com "Marighella", Moura interpreta um jornalista com raízes brasileiras. Embora passeie por porções diferentes do tempo, o miolo da história se passa no início da década de 1990, e seu personagem é um tradicional repórter investigativo de um jornal impresso de grande circulação, o Chicago Sun Times.
Embora Elisabeth Moss, também produtora, carregue o peso de ser o nome mais forte da série no mercado estadunidense, Wagner Moura cresce ao longo dos capítulos, e a relação entre Dan e Kirby mostra-se mais complexa e densa a cada episódio. Ele mergulha de cabeça na investigação por estar, assim como ela, tentando se recuperar de certas culpas e fantasmas do passado.
Além disso, Dan também tem seus próprios dilemas e dramas, que não giram em torno apenas de Kirby e do jornal. Dependência alcoólica, a relação com o filho e com o próprio trabalho também estão no entorno de seus dramas, e são essas dores que fazem os dois protagonistas se conectarem.
"A primeira coisa que me chamou a atenção foi o roteiro, muito bem escrito. Achei que era um trabalho que balanceava muito bem os gêneros", explicou Moura, em entrevista a Splash.
"Existe uma história de crime, a trama do feminicídio, e também uma história de ficção científica com bons personagens", continuou. "Existe a busca do empoderamento da mulher, no sentido de colocar a própria vida no lugar, e esses dois personagens se aproximam de uma forma muito bonita. Eles reconhecem as mesmas feridas no outro, e eu achei tudo isso ótimo."
A inspiração, aliás, não fica apenas no campo da ficção. Wagner também se encantou ao ver a colega de elenco atuando em tantas frentes diferentes.
"Trabalhando com a Elisabeth Moss, fiquei acompanhando e vendo ela se dirigindo, estando em cena e, ao mesmo tempo, ligada em tudo dos bastidores. Então, fiquei pensando em Selton [Mello], que também se dirige muito bem, e acho que vou querer fazer alguma coisa com isso, experimentar mais esse desafio que é poder estar em cena e também na direção."
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