Brasileira que dançou com condenados no Egito bomba na web com cabeleireiro

A dançarina brasileira Lurdiana Tejas, 33, está envolvida em uma polêmica envolvendo um vídeo gravado no Egito. No último dia 28, um tribunal egípcio condenou dois músicos por terem "violado os valores familiares" em um registro feito em 2020 e compartilhado no YouTube. Nas imagens, Tejas aparece fazendo dança do ventre enquanto Hamo Beeka e Omar Kamal dublam uma música. O vídeo conta com mais de 10 milhões de visualizações.

Nascida em Porto Velho (RO), Lurdiana mora no Egito desde 2017, mas ficou realmente famosa quando se tornou uma celebridade da noite para o dia após ser filmada dançando em um salão de beleza. À época, ela revelou em entrevista ao "Fantástico" que sua vida se tornou de celebridade. "Se tiro foto com um tenho que tirar com todo mundo."

O cabeleireiro Igor Prado explicou no programa como foi a repercussão do vídeo de Lurdiana que, no Twitter, se tornou o assunto mais comentado por dois dias em cidades do Cairo, no Egito, e em Dubai, nos Emirados Árabes.

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"Pediram para ela dançar no salão e viralizou do dia para a noite", declarou o cabeleireiro.

"Eu dancei, me soltei e alguém compartilhou o vídeo", afirmou ela. A dançarina tinha 200 mil seguidores no Instagram e dois dias depois os números saltaram para 500 mil. Atualmente já são mais de 2 milhões de seguidores só nesta rede social.

Ao "Fantástico', ela disse que já sofreu preconceito. "Se uma bailarina tem destaque muito grande é tratada como celebridade. Acham que pelo fato de você expor o seu corpo não teve outra opção, não tem estudo", disse.

A brasileira sempre teve vontade de morar no exterior e pode trabalhar como dançarina do ventre. Quando morou em Balneário Camboriú, dava aulas para crianças e adultos. À época, ela recebeu diversas propostas para se apresentar fora do Brasil, mas recusava em decorrência do casamento.

No entanto, em 2017, ela se separou do então marido e foi trabalhar no Egito a convite de uma amiga.

Polêmico Vídeo

Agora, com a decisão do tribunal egípcio, Lurdiana Tejas voltou a ser assunto, mesmo que não tenha sofrido nenhuma condenação. Os músicos foram condenados a um ano de prisão ou pagamento de multa de 10 mil libras egípcias, cerca de R$ 2,7 mil.

Segundo a BBC, além da questão dos valores familiares, os dois músicos ainda foram condenados por obterem lucros com a publicação das imagens.

Ainda, de acordo com o jornal britânico, a decisão da Justiça está sendo vista por grupos de direitos humanos, como o Human Rights Watch, como parte de uma repressão mais ampla à expressão artística. A organização afirmou que o Egito está cada vez mais confiando no que chama de "valores familiares abusivos e mal definidos" para exercer controle sobre as mídias sociais.

Nos últimos tempos, ao menos uma dúzia de jovens que trabalham como influenciadores digitais foram acusados de violar a lei, recebendo multas pesadas e sentenças de até cinco anos de prisão.