'Não uso o palco de palanque', diz Digão sobre volta a festivais
Depois de tanto tempo afastado dos palcos por causa da pandemia de coronavírus, o Raimundos está voltando aos poucos a se apresentar em grandes festivais, como o caso do Warren Stannis Festival, que acontece nos dias 18 e 19 de junho, em Guaramirim, em Santa Catarina.
Em conversa com Splash, o vocalista do Raimundos, Digão, 51, contou que a rotina de shows demorou um pouco para engrenar no cenário pós-pandemia, mas que sente que as coisas estão voltando.
"Tenho feito muitas coisas solo, porque as casas [de shows] menores foram as primeiras a serem abertas, mas o Raimundos agora está voltando à ativa", conta. "Está sendo bem legal, você sente a saudade da plateia, a carência."
Toda carência é boa, as pessoas chegam com mais alegria, mais saudade.
Como a volta das apresentações coincide com o ano eleitoral, há grandes chances de manifestações políticas aconteceram durante o evento, assim como aconteceu no Lollapalooza, em março, quando diversos artistas se pronunciaram contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e a favor do ex-presidente e pré-candidato Lula (PT).
Digão, que é abertamente contra a gestão do candidato de esquerda, não aprova esse tipo de manifestação durante os shows e condenou o posicionamento dos colegas artistas.
"Subir ao palco e fazer aquele discursinho, que nem foi no Lollapalooza? Eu achei 'paia'. O cara sobe todo marrentão e faz a cartilha clichê, de mandar o Bolsonaro tomar no c*. Beleza, mas e o Lula, velho? O que está acontecendo neste país. O tanto de bandido, de roubo."
Quando eu subo no palco, eu não uso o palco de palanque, porque eu sou músico, fui para tocar música.
Para ele, não faz sentido se posicionar durante shows justamente por entender que o grupo do qual é vocalista, não conta com posicionamento político. "O Raimundos não é uma banda partidária, pouquíssimas músicas do Raimundos falam sobre política."
No entanto, caso aconteçam manifestações do público, ele já sabe até mesmo como lidar. "Acho muito fácil você subir no palco, é muito fácil se posicionar no lado da esquerda e é isso que eu não gosto. Eu tenho pegado alguns shows em que as pessoas começam a gritar: 'Bolsonaro, vai tomar no c*' e eu falo: 'Gente, se fosse só o Bolsonaro estava bom'. Existe uma responsabilidade muito grande em se falar isso."
Digão acredita que, ao se posicionar contra o atual presidente, o público está demonstrando apoio ao concorrente. "Quem é o cara que você está apoiando com isso? A gente sabe quem é, é o Lula. É o único adversário que ele vai ter nessa eleição. Essa terceira via é um sonho, é uma bosta, Doria, Círio Gomes, Sergio Moro, nada presta."
Raimundos ao passar dos anos
Digão acredita que as polêmicas políticas não afetaram o Raimundos, que ele considera como uma "banda atemporal". Ele conta que todos finais de semana recebe vídeos de bandas tocando "Mulher de Fases", um dos maiores hits do grupo que já conta com 23 anos de seu lançamento. "As músicas do Raimundos não ficam velhas, porque a galera curte, os fãs amam, a molecada chegando agora também falam: 'Putz, queria ter vivido aquela época'."
A gente está aí, estamos fazendo shows, então vem curtir com a gente.
Warren Festival
Junto com Raimundos, sobem ao palco para se apresentarem no Warren Festival nomes como Titãs, Ratos de Porão, Boom Boom Kid, Far From Alaska, Gabriel Pensador, Vitor Kley, Djonga, Alceu Valença, Duda Beat, Dazaranha, Marina Sena e Seu Celso.
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