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Ex-Playboy Viviane Bordin defende venda de nudes: 'Não é prostituição'

Viviane Bordin é criadora revista digital Diamond Brazil - Andrea Schaefer
Viviane Bordin é criadora revista digital Diamond Brazil Imagem: Andrea Schaefer

Filipe Pavão

De Splash, no Rio

10/05/2022 04h00

A ex-"Playboy" Viviane Bordin, de 41 anos, criou uma nova plataforma para competir com o OnlyFans no Brasil recentemente. Mas a atuação da empresária no mercado de produção de conteúdo sensual é mais antiga.

Ela é dona da revista eletrônica "Diamond Brazil", que produz ensaios com nudez total para o mercado brasileiro, europeu e dos Estados Unidos, onde também há a impressão da revista física. Hoje, ela ainda assina coleção de lingeries, roupas fitness e moda praia, além de compartilhar o dia a dia com os quase 700 mil seguidores no Instagram.

Mas nem sempre foi fácil. Viviane conta que recebeu comentários de que ela estaria criando uma forma de trabalhar com prostituição ao criar a revista eletrônica com ensaios femininos em 2015.

"Quando criei a minha própria revista, sem preconceitos com o nu artístico, recebi muitos e-mails e telefonemas. Mas não se tratava de garotas de programa, de prostituição, de nenhuma forma. Então, eu bati bastante a cabeça e falava: 'vocês vão ter que me engolir, não é prostituição. É uma revista de nudez'", lembra.

Viviane Bordin criou plataforma para rivalizar com OnlyFans - Divulgação - Divulgação
Viviane Bordin, estrela da Playboy
Imagem: Divulgação

Ela decidiu criar a "Diamond Brazil" após a "Playboy" dos Estados Unidos proibir a nudez total nas franquias espalhadas pelo mundo, centralizando as fotos sem censura apenas no site americano. Para Viviane, que chegou a pensar em comprar a franquia brasileira da revista masculina, isso foi crucial para o fim da publicação em vários países.

"Eu fiz vários ensaios para a Playboy. Tenho muito amor pelo nu artístico e acho lindo. Então, quando a revista acabou no Brasil, eu quase a comprei, mas quando vi que não havia mais a nudez em si e que estava fechando por isso, decidi criar a 'Diamond Brazil' na internet. As pessoas tinham dificuldade de acreditar que poderia estar surgindo uma nova marca que não caísse em prostituição ou venda das modelos. Nada contra quem faça, cada um trabalha do jeito que quiser, mas não era o meu caso, não é o meu caso", diz.

No digital, há uma linha tênue entre o nu artístico somente para venda de revista do nu para prostituição. Foi mais esse preconceito que recebi na época.

Tabus sobre a nudez

Anteriormente, as revistas que lucravam com a exposição dos corpos femininos, como a "Playboy", eram comandadas geralmente por homens. Agora, mulheres têm opção de compartilhar o conteúdo adulto que quiserem, sem intermediários. Mas, na visão de Viviane, muitas mulheres ainda sofrem preconceitos, principalmente em cidades interioranas.

"É tabu, é preconceito. Existe principalmente no interior e nos lugares mais familiares. Infelizmente, o preconceito, às vezes, vem de mulher para mulher. É insegurança daquela que está em casa, sente vergonha ou crê que é um pecado. Isso que acontece", pensa.

Eu tenho uma visão muito aberta porque trabalhei muitos anos com a 'Playboy', fiz muitos ensaios em vários lugares do mundo. Para mim, a nudez é arte e não consigo ter preconceitos.

Viviane Bordin já foi capa da revista Playboy - Andrea Schaefer - Andrea Schaefer
Viviane Bordin já foi capa da revista Playboy
Imagem: Andrea Schaefer

Viviane conta que se sentia julgada e criticada por trabalhar com nudez quando morava no interior de São Paulo.

"Muitas mulheres são criticadas por esses lugares menores que não evoluíram junto do mundo. Morar no interior é impossível tendo o meu trabalho. Morei por sete anos no interior de São Paulo e senti na pele a diferença de cultura e de educação. Sei o que outras meninas passam, o que elas vivem nesses lugares", revela.

Hoje, ela defende que mulheres podem ser donas dos seus negócios e podem lucrar com a venda de nudes em plataformas como a Only Diamond, projetada por ela para rivalizar com a OnlyFans, líder no segmento de vendas de nudes atualmente.

Eu recebo muito mais do que na época da Playboy, graças a Deus. Hoje não se compara, ganho muito mais.

"Hoje, essas plataformas de conteúdo pago estão cada vez mais em alta, principalmente com conteúdo caseiro. A pandemia colaborou com isso. As pessoas ficavam em casa, o assinante pedia e a menina fazia o vídeo ou a foto caseira, conforme ela achava que estivesse sendo bem paga pelo assinante. Por isso, decidi criar uma 'Only' minha e focada ao público brasileiro, que pode assinar de maneira facilitada, por cartão, boleto ou pix", detalha.

Fetiches dos seguidores

Apesar de ser a criadora da revista e do site de conteúdos adultos, Viviane ainda produz conteúdos próprios e recebe pedidos inusitados dos fãs "mais fiéis", como ela chama quem a acompanha desde a época da Playboy.

"No início, a [revista] 'Diamond' não tinha nudez, mas depois decidi mudar. E o primeiro ensaio foi meu: totalmente nua no deserto do Atacama [no Chile]... Também coloquei ensaio meu na primeira semana do Only Diamond", diz.

Eles pedem foto do pé, foto de você comendo enquanto está nua. Gostam de desenho e fantasia e pedem fotos das meninas fantasiadas de mulher maravilha ou de algum anime