Acidente ou assassinato? Série de crime real aborda morte em escada
Em dezembro de 2001, a morte de Kathleen Peterson chocou os Estados Unidos. A mulher foi encontrada morta ao pé da escada e o principal suspeito era o marido, Michael Peterson, acusado de empurrá-la. Ele sempre se defendeu e disse que a esposa tinha caído. Sua defesa não funcionou e, mesmo se declarando inocente, ele foi condenado à prisão perpétua. Anos mais tarde, um juiz pediu um novo julgamento ao entender que um dos depoimentos contra Michael era falso.
A rumorosa história criou diversas teorias e chamou a atenção do público fã de true crime. Por isso, o mistério que cerca a morte de Kathleen rendeu livros, documentários e diversos podcasts. Agora, em 2022, a história do que aconteceu naquela noite de 2001 e todos os seus desdobramentos ganharam uma série ficcional produzida pela HBO Max, "A Escada".
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Com oito episódios, a minissérie ganha novos capítulos semanais e espaço entre os fãs de produções do gênero não apenas pela polêmica narrativa, mas também por contar com grandes nomes no elenco, como o ganhador do Oscar de melhor ator, Colin Firth, interpretando Michael, e a renomada atriz Toni Collete como Kathleen.
"Essa série é diferente em todas as maneiras que posso imaginar", contou Firth em entrevista a Splash. "Para início de conversa, ela é bem escrita e isso não é algo que você vê todos os dias nesse meio, é bastante raro."
Criada, dirigida e roteirizada pelo brasileiro Antonio Campos ("O Diabo de Cada Dia"), a série chamou a atenção de Firth por ser "muito elaborada". "Ela é incomum, de uma maneira que nunca é linear ou previsível. Você é surpreendido o tempo todo, é muito vivo."
Bênção x Maldição
Michael Peterson atualmente está com 78 anos e, para Firth, interpretar um homem que está vivo pode ser considerado "uma bênção e uma maldição". Na série, o ator vive as diferentes fases do homem considerado culpado pela morte da esposa, desde momentos de desespero a acessos de raiva.
"Eu já fiz isso algumas vezes", conta. "Se a pessoa ainda está viva você pode tentar contato com ela, e isso pode ser uma fonte rica de conhecimento sobre como interpretá-la". Para Firth, é algo positivo ver que o retratado na série está vivo, pois há a possibilidade de se distanciar do personagem quando é preciso. "Isso me faz pensar: 'eu não sou ele'... O fato de ele estar vivo me lembra que não sou ele."
Com tantos títulos memoráveis na carreira, como "O Discurso do Rei" (2010), "Direito de Amar" (2009), "Diário de Bridget Jones" (2001) e muitos outros, Colin Firth explica que ainda há dificuldades encontradas em novos trabalhos. Em "A Escada" o desafio foi separar o seu trabalho e a sua própria pessoa do personagem e do retratado da vida real.
"Foi preciso me libertar, porque no fim você precisa ajustar a maneira como você o interpreta ao ecossistema no qual você está trabalhando, ao roteiro que foi escrito. É preciso de adaptar a tudo."
Dependência da Produção
A narrativa de "A Escada" não é linear e apresenta ao espectador diversos pontos de vistas em diferentes linhas do tempo. Essa diferença ao contar a nebulosa história fez com que Firth precisasse de ajuda para entender melhor os detalhes da narrativa.
Tudo isso foi muito difícil para mim, porque em nenhum momento eu senti que tinha total entendimento de Michael Peterson e muito menos total entendimento da história.
A Splash, ele conta ter contado com o apoio de todos os roteiristas da série e do diretor Antonio Campos. "Fiquei muito dependente deles para entender onde eu estava nessa história que se apresentava fora da ordem."
"São duas narrativas: a vista pelo público e a vivida pelos personagens. E elas não são as mesmas. Eu precisei de muita orientação para me encontrar e também deixar de lado tudo o que eu já sabia sobre a história."
O que aconteceu com Michael Peterson?
Julgado como culpado pela morte da esposa, Peterson foi preso em 2003 e a sua pena foi prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional. Oito anos depois, ele recebeu um novo julgamento, quando o juiz responsável pelo caso avaliou que aconteceu um falso testemunho.
Assim, em 2011, Peterson saiu da cadeia ao pagar a fiança de US$ 300 mil e foi para uma prisão domiciliar com uma tornozeleira eletrônica.
Em 2017, a acusação entrou novamente com um pedido de prisão baseado em uma "confissão de Alford", quando existem provas suficientes para condenar o réu, mas ele mantém sua inocência. Desta vez, ele recebeu a pena de 86 meses, mas como já havia cumprido mais do que o tempo estipulado, não precisou voltar à cadeia.
"A Escada" conta com lançamento às quintas-feiras na HBO Max.
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