Eric Clapton testa positivo para a covid e cancela shows
Depois de disseminar fake news sobre a vacina contra o coronavírus, Eric Clapton anunciou que cancelou os shows da turnê após testar positivo para a covid-19. Hoje, a equipe do cantor publicou no Facebook que ele está "sofrendo com a doença" desde seu último show no Royal Albert Hall.
"Ele foi informado por seus consultores médicos que, se retomarmos as viagens e os shows muito cedo, isso poderia atrasar substancialmente sua recuperação total, após intensa discussão interna", dizia o comunicado.
O astro de 77 anos provocou alguma controvérsia desde o início da pandemia, recusando-se a tocar em locais de música que exigem vacinas e doando para bandas antivacinas. Os shows em Zurique, na Suíça, e em Milão, na Itália, nos dias 17 e 18 de maio, foram adiados.
Fake news sobre a vacina
Eric Clapton, de 77 anos, disse mais uma fake news sobre a vacina. Segundo ele, qualquer pessoa que tenha tomado a vacina contra covid-19 é "vítima de hipnose de formação em massa".
De acordo com o Daily Mail, em entrevista ao canal do YouTube "The real Music Observer", o cantor afirmou que existem mensagens subliminares escondidas na publicidade que levam as pessoas a receber os imunizantes.
Anteriormente, ele já havia contado que sofreu "efeitos colaterais alarmantes" após receber a dose da AstraZeneca e até lançou um single anti-bloqueio social, Stand And Deliver, com Van Morrison em 2020.
"Seja qual for o memorando, não chegou até mim. Então comecei a perceber que havia realmente um memorando, e um cara, Mattias Desmet [professor de psicologia clínica na Universidade de Ghent, na Bélgica], falou sobre isso. E é ótimo. A teoria da hipnose de formação de massa. E eu pude ver isso então. Assim que comecei a procurar, vi em todos os lugares", afirmou.
"Então me lembrei de ver pequenas coisas no YouTube que eram como publicidade subliminar. Já estava acontecendo há muito tempo: aquela coisa de 'você não terá nada e será feliz'. 'E eu pensei: 'O que isso significa? E, pouco a pouco, montei uma espécie de quebra-cabeça. E isso me deixou ainda mais resoluto", completou.
Vale destacar que a psicose de formação de massa — uma tentativa de hipnotizar grupos de pessoas para seguirem mensagens contra sua vontade — foi amplamente desacreditada pelos cientistas.
O cantor também já havia detalhado a experiência com o imunizante AstraZeneca, pela qual ele culpou a "propaganda" por pressioná-lo.
Em uma mensagem para seu produtor musical, ele disse: "Eu tomei a primeira dose de AZ [AstraZeneca] e imediatamente tive reações severas que duraram dez dias". O cantor disse ainda que "no fim, se recuperou", mas sofreu mais "reações desastrosas" seis semanas depois da segunda dose.
"Minhas mãos e pés estavam congelados, dormentes ou queimando, e praticamente inúteis por duas semanas. Eu nunca deveria ter chegado perto da agulha. Mas a propaganda dizia que a vacina era segura para todos", completou.
O que diz a ciência sobre a vacina Oxford/AstraZeneca?
O Splash/UOL conversou com Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), e esclarece que o efeito adverso apontado por Clapton é extremamente raro de acontecer. "No universo dos milhões de doses que já foram aplicadas no mundo todo, os casos relatados foram poucos", afirmou o especialista.
Segundo ele, a trombose relatada após a aplicação da vacina é diferente da trombose clássica que conhecemos. "A vacina seria como um gatilho para uma doença autoimune, que a pessoa já possui, mas desconhece, e que provoca uma queda no número de plaquetas no sangue, aumentando o risco para o surgimento de trombos", explicou Renato.
Ou seja, enquanto a trombose clássica tem como uma das características a contagem alta no número de plaquetas (o que aumenta o risco de coágulos no organismo), a trombose no caso de quem tomou a vacina tem como característica uma queda no número de plaquetas.
O diretor da SBI ainda reforça que mesmo as pessoas que já tiveram trombose podem tomar a vacina, já que, pela natureza rara e diversa da reação, esses indivíduos não estariam mais predispostos ao problema.
"A segurança das vacinas contra o coronavírus é semelhante às outras vacinas com as quais estamos acostumados", afirma. "Sempre existem riscos, mas os benefícios, o número de mortes que serão evitadas, superam o número de eventos adversos relatados até aqui", acredita.
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