Bolsonaro, Globo e PSB: o que fez Marcos Uchôa desde que pediu demissão
Marcos Uchôa foi mais um dos medalhões do jornalismo a deixar a Globo neste ano e, desde então, soltou o verbo, não poupando nem mesmo a emissora na qual trabalhou durante 34 anos.
Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, o jornalista falou sobre a decisão de deixar a emissora. "Acho que a Globo está sofrendo, como muitos meios de comunicação, com a saída do dinheiro das mídias tradicionais e a entrada desse dinheiro na internet. É uma realidade que anos atrás não existia", disse Uchôa, que complementou.
Essa diminuição de dinheiro acarreta em prejuízos e necessidades de adequar os gastos. Nesse aspecto, cortando as pessoas que são mais velhas e estão há mais tempo lá, de fato, é uma economia de gastos mais rápida.
Ele ainda atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro (PL) as recentes mudanças na emissora. "Eu não tinha mais contrato. Foi uma das coisas que o Bolsonaro fez… Antes, pessoas que tinham um salário melhor na Globo ganhavam como pessoa jurídica. No primeiro ano de governo, ele já foi em cima em termos trabalhistas, dizendo que isso não podia."
Entrada na política
Marcos Uchôa também pretende entrar na vida política agora que deixou a emissora. Ele se filiou ao PSB e tentará ser deputado federal no Rio de Janeiro.
Em entrevista ao UOL News, em abril, ele admitiu que, ao fazer essa mudança na carreira, corre risco de perder reputação.
"Eu sei que existe o peso de ser visto que, ao virar politico, automaticamente você é diminuído em termos de reputação. Mas política é a coisa pública, é a vida da gente e, se você quer melhorar o mundo que a gente vive, tem que se meter", opinou Uchôa.
Voto em Lula
O jornalista ainda abriu seu voto para presidente nas próximas eleições, em outubro, Lula (PT), mesmo tendo críticas ao Partido dos Trabalhadores.
"Eu acho que nesse momento o principal candidato do Brasil para tirar Bolsonaro é o Lula. Minha posição particular é que votaria em qualquer um que fosse o principal candidato para tirar o Bolsonaro. Nesse momento é: queremos manter e fortalecer a democracia ou não? Ou afundar em um governo que, em um segundo mandato, o Bolsonaro se sentiria mais à vontade para atacar as instituições da democracia."
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