Milton Gonçalves tentou cargo político e sonhava com presidente negro
Morto aos 88 anos, o ator Milton Gonçalves não conseguiu viver o bastante para ver um de seus sonhos realizados: o Brasil sendo comandado por um presidente negro.
Em entrevista de 2019, Milton contou que ter um governante negro no poder seria uma das coisas que o deixariam mais realizado na vida.
O que me falta neste momento no meu Brasil, o que me deixaria alegre é que nós tivéssemos um presidente negro, porque nós somos um percentual grande neste país. No dia que nós tivermos um presidente negro, aí eu vou dizer: nós batalhamos
"Os Estados Unidos teve um presidente negro e nós não temos? Para mim, isso me incomoda. Não interessa se vão ficar zangados, se vão dizer que sou racista. Quero é que nosso povo brasileiro, que é de índios, negros, orientais, estejamos todos juntos", completou o ator na época, em referência a Barack Obama, presidente dos EUA entre 2009 e 2017.
Carreira política
Em 1994, Milton tentou ingressar na carreira política, se candidatando ao cargo de governador do estado do Rio de Janeiro pelo PMDB. No fim do primeiro turno, porém, o ator teve somente pouco mais de 4% dos votos
Milton dedicou sua vida e carreira ao movimento negro e ocupou outros cargos públicos como a Superintendência Regional da RadioBrás Setor Sul entre 1985 e 1986, membro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, do Conselho de Artes do Paço Imperial do Rio de janeiro e do Conselho Cultural da Fundação Palmares.
Em 2019, o ator também se viu em meio a uma polêmica quando processou o também ator Paulo Betti por racismo, diante de uma fala considerada "infeliz" e que fazia "distinção entre brancos e negros" durante a disputa pela presidência do Sated (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversões do Estado do Rio de Janeiro) em junho do mesmo ano.
A ação acabou sendo arquivada e encerrada após pedido dos próprios advogados de Milton.
Na ficção
Em "A Favorita", atualmente sendo reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo", Milton também viveu um político, desta vez o deputado corrupto Romildo Rosa.
Em seu último papel na Globo, o ator teve a chance de viver um Papai Noel negro, no especial de fim de ano "Juntos a Magia Acontece".
"Acho maravilhoso. Estar aqui hoje e fazer esse personagem me emociona, É uma batalha de muitos anos, de séculos. A gente tem que eliminar o medo, que batalhar. Vou fazer o melhor Papai Noel que eu puder. Se ele fosse oriental também estaria do lado dele, se fosse índio, também. Como sou eu, melhor para mim, né?", festejou o ator, na época de lançamento do especial.
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