Topo

Fernanda Gentil diz ter sido vítima de homofobia em aeroporto

Fernanda Gentil e Priscila Montandon estão casadas há cinco anos - Reprodução/Instagram
Fernanda Gentil e Priscila Montandon estão casadas há cinco anos Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, em São Paulo

03/06/2022 19h44

Fernanda Gentil, de 35 anos, que é casada com Priscila Montadon há cinco anos, relatou alguns comentários homofóbicos que já recebeu em público e na internet. A jornalista contou ainda as ofensas que recebeu quando foi repórter de campo.

Durante entrevista ao podcast "Fala, Brasólho", apresentado pelo youtuber e jornalista Fred, do canal Desimpedidos, Fernanda contou que foi vítima de homofobia em um aeroporto com a esposa.

"Teve um dia que eu estava no Santos Dumont [aeroporto do Rio], foi a primeira e única vez que isso aconteceu em público. Na rede social, é óbvio que já. A gente [ela e a esposa] estava andando de mãos dadas e o cara [gritou]: 'Ô sapatão!'. E aí eu olhei e falei: 'Oi? O que foi?'. E o cara 'Ah, é..'. Ele desenrola tudo na mesa para falar e quando a gente fala, ele: 'Nada'. Nem sabe para que fala. Ele normaliza um negócio que é agressivo e quando você também normaliza sem pensar na reação, ele fica quieto", contou.

A jornalista ainda lembrou dos comentários homofóbicos que recebeu nas redes sociais e de ter enviado mensagem para alguns haters.

"Já fiz esse teste várias vezes. O cara me 'comendo' nos comentários e eu mandar um direct: 'Oi, tudo bem? Algum problema?" e ele responder: 'Nossa, sou muito sou fã. Queria muito uma atenção!' Gente! É sem pensar. Então assim, sem pensar por sem pensar, eu também sei fazer. Eu vou virar e falar "O que é que foi?"

Fernanda lembrou ainda de quando era repórter de campo e ouvia ofensas da torcida como, por exemplo, ser chamada de "piranha".

"Repórter de campo, então, a gente está muito na fogueira o tempo inteiro. Você cruza o campo para falar com o jogador e o time está ganhando? É "Gostosa!". Não curto. Não é assim que quero ser chamada de "gostosa". Por 30 mil pessoas em um estádio? Dessa maneira nojenta? Se cruza o campo e o time está perdendo, é "piranha". E não pode normalizar. Eu achava que era do jogo e estava muito focada onde eu estava mirando, o que não justifica eu não ter lutado pelos meus direitos. Era o mínimo que eu podia fazer, mas hoje em dia sei que deveria ter lutado."

Na entrevista, a jornalista falou do momento atual da sua carreira e descartou um retorno ao esporte da TV Globo.

"O esporte ocupa no meu coração um lugar que mais nada vai ocupar, mas eu fechei aquele ciclo", afirmou. "Não volto só para o esporte. Eu posso falar de esporte como entretenimento, porque o esporte é um entretenimento, mas eu estou me aventurando e estou amando", acrescentou.