'Gatas da cocaína' foram presas em cruzeiro de luxo com R$ 125 mi em drogas
A canadense Isabelle Lagacé foi presa em 2016 por tentar entrar na Austrália com 21 milhões de libras (R$ 125 milhões na cotação atual) em cocaína — agora, após cumprir sua pena na prisão, promete contar sua versão num documentário.
A ex-atriz pornô foi descoberta pelas autoridades após passar 51 dias com a carga ilegal no cruzeiro de luxo MS Sea Princess. Ela dividia a cabine com Melina Roberge, ex-prostituta que também foi contratada para o trabalho. As duas ficaram conhecidas como "gatas da cocaína".
Em seu depoimento à justiça australiana, Melina Roberge disse ter sido aliciada por seu "sugar daddy", que costumava organizar seus encontros com homens ricos em Montreal, no Canadá. Em junho de 2016, ele propôs que ela fosse ao cruzeiro e participasse do esquema de tráfico internacional.
"Uma das participantes cancelou de última hora, e eles precisavam de alguém para substituí-la. Ele disse que eu não precisaria fazer nada, só aproveitar a viagem", relatou, segundo o jornal australiano News.
Cada uma delas receberia 57 mil libras (R$ 342 mil) do traficante, além da passagem na primeira classe do navio, que custava 22 mil dólares australianos (R$ 76 mil). Elas embarcaram em Londres e o itinerário incluía ilhas Bermudas, Colômbia, Panamá, Equador, Peru, Chile, Taiti e Austrália, onde as duas foram presas.
Ambas foram instruídas a postarem fotos da viagem nas redes sociais. Em seus depoimentos, Isabelle e Melina disseram que encontraram dois italianos jovens no cruzeiro e desconfiaram, já que todos os outros passageiros eram idosos.
Com o passar do tempo, eles revelaram que também faziam parte do esquema de tráfico. Quando o cruzeiro atracou no Peru, os homens entraram e saíram do navio diversas vezes — às autoridades, Melina disse acreditar que foi lá que eles receberam os pacotes de cocaína.
Em Sydney, na Austrália, policiais entraram no navio e encontraram 95 kg da droga na bagagem das duas. Eles também prenderam o canadense André Jorge Tamine, de 62 anos, que carregava 60 kg da substância.
Na época, a revista Vice informou que na Austrália a cocaína é vendida por um preço cinco vezes maior do que no Canadá, o que pode explicar o interesse do traficante canadense no país da Oceania.
Os três se declararam culpados e foram condenados à prisão na Austrália. A sentença de Roberge foi de 4 anos e 9 meses, enquanto a de Lagacé foi de 7 anos e meio e a de Tamine, 8 anos e 5 meses.
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