Topo

Criador do 'Caso Evandro' lamenta confusão com ossada de Leandro: 'Triste'

Leandro Bossi desapareceu em fevereiro de 1992: criador da série "Caso Evandro" analisa caso - Reprodução
Leandro Bossi desapareceu em fevereiro de 1992: criador da série 'Caso Evandro' analisa caso Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

11/06/2022 16h02Atualizada em 12/06/2022 10h44

Diante da descoberta e identificação de uma ossada como sendo de Leandro Bossi, desaparecido em Guaratuba, litoral paranaense, há 30 anos, o jornalista Ivan Mizanzuk, criador do podcast que deu origem à série "Caso Evandro" que também repercute o ocorrido com Leandro, lamentou a confusão da investigação.

Sobre a coletiva de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, realizada ontem, Ivan apontou que detalhes importantes sobre a investigação e a própria descoberta da ossada foram ignorados.

"Eles não sabiam informar nem da onde a ossada usada na análise de DNA teria vindo. Tudo indica que a ossada foi parar num cofre do IML após a mudança de sede, e ficou esquecido lá por anos", reclamou o jornalista no Twitter.

"De acordo com a coletiva, foram enviados 8 fragmentos de ossos e 3 amostras de mães de crianças desaparecidas [para análise]. Uma delas é Paulina Bossi, mãe de Leandro. A amostra de UM dos fragmentos de ossos deu match com o DNA de Paulina Bossi. O que não ficou claro na coletiva: esses 8 fragmentos são todos da mesma ossada? São ossadas diferentes? Da onde vieram?", questiona Ivan.

Na série documental do Globoplay e também no podcast "Projetos Humanos", Ivan se debruça sobre a história de Evandro Caetano, encontrado morto aos 6 anos de idade com suas mãos e pés amputados e sem diversos órgãos. Leandro Bossi, menino com as mesmas características físicas de Leandro, desapareceu 50 dias antes na mesma cidade, porém seu corpo nunca havia sido encontrado.

"A meu ver, faltou maior clareza dos que participaram da coletiva de hoje. Mas nem eles próprios deviam saber direito no que estavam se metendo. Espero que as coletivas de imprensa no futuro sobre esses casos sejam mais claras", reforça Ivan, reclamando da falta de cuidado com as evidências em torno do caso.

"Sem [o podcast], é bem provável que nada disso viesse à tona, essa ossada fosse para sempre esquecida e a família Bossi nunca teria uma resposta. Mas eu só consigo ficar triste com isso. É tudo desolador. Se um dia esses assassinatos tiverem respostas, não será por mérito de preservação de material coletado na época", conclui.