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Sorriso Maroto, Bruno & Marrone: STJ proíbe shows de R$ 700 mil no Amazonas

A dupla sertaneja Bruno & Marrone teve show cancelado em cidade do Amazonas - Divulgação
A dupla sertaneja Bruno & Marrone teve show cancelado em cidade do Amazonas Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

16/06/2022 21h19

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) proibiu a realização dos shows da dupla Bruno & Marrone e do grupo de pagode Sorriso Maroto marcados para Urucurituba (AM) no próximo sábado (18).

A decisão foi anunciada no site oficial do Tribunal. Segundo a publicação, o município de 24 mil habitantes, localizado a 218 km de Manaus, apresenta "desproporção entre a condição financeira do município e os valores a serem gastos com os shows: R$ 500 mil para a dupla e R$ 200 mil para o grupo".

"A falta de serviços básicos em tamanha desproporção, como no caso dos autos, provoca um objetivo desequilíbrio que torna indevido o dispêndio e justificada a cautela buscada pelo Ministério Público", afirmou o presidente do STJ, Humberto Martins.

Os shows foram cancelados após uma solicitação do MP-AM (Ministério Público do Amazonas). O órgão afirmou que o município vive "situação precária" em relação a vários serviços públicos e que a população "sofreria consequências graves" com as despesas.

"Há escolas inacabadas. As ruas da cidade encontram-se em péssimo estado, inclusive a rua principal, defronte ao Rio Amazonas, que está com trecho erodido há mais de 30 dias, sem conserto", observou o presidente do STJ na decisão.

A petição do MP-AM afirma que apenas 23% dos moradores de Urucurituba contam com tratamento de esgoto. "Existem ações judiciais buscando adequação da prestação de serviços, como, por exemplo, em relação ao aterro sanitário da cidade.

Splash entrou em contato com as equipes da dupla Bruno & Marrone e do grupo Sorriso Maroto, mas ainda não obteve um retorno sobre o cancelamento das apresentações.

Mais de 35 cidades têm shows investigados

Desde que Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticou artistas que usam a Lei Rouanet e ironizou a tatuagem no "tororó" de Anitta, diversos shows com altos cachês pagos por prefeituras passaram a ser investigados pelo Ministério Público.

Na ocasião, em 13 de maio deste ano, a dupla sertaneja fazia um show contratado com dinheiro da prefeitura de Sorriso, no Mato Grosso.

De lá até aqui, pelo menos 36 cidades estão com investigações abertas por promover shows, festivais ou festas com a presença de artistas conhecidos nacionalmente e alto cachê. Esse movimento tem sido chamado de "CPI do sertanejo".

O nome mais citado nos contratos investigados é o do cantor Gusttavo Lima. Com o cachê mais alto do alto, que pode ultrapassar R$ 1 milhão, o cantor sertanejo teve problemas em pelo menos cinco apresentações nos estados de Roraima, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará.