Rodrigo Santoro lembra rejeição ao viver travesti em 'Carandiru': 'Repulsa'
Quase 20 anos após o lançamento de "Carandiru" (2003), Rodrigo Santoro lembrou a recepção da sua personagem no longa de Hector Babenco, a travesti Lady Di. Em participação no programa "Altas Horas" (TV Globo), o ator contou que o casamento com o enfermeiro Sem Chance (Gero Camilo) causou repulsa.
"É um trabalho muito emblemático na minha jornada. Quando estreou, eu fui ao cinema para olhar a reação das pessoas", recorda, afirmando que via as pessoas deixando as salas de cinema durante a emblemática cena.
"Estavam me dizendo que algumas iam embora na hora do casamento da Lady Di. Acho que não conseguiam lidar com aquilo, talvez por eu ter trabalhado na televisão por muito tempo... Então eu vi, pelo menos, umas 20 pessoas saindo do cinema."
O filme, considerado um marco do cinema brasileiro, conta algumas das histórias de detentos do presídio, e culmina no massacre de 1992. A base é o livro "Estação Carandiru", de Drauzio Varella.
"Nesse sentido, foi muito difícil, por causa também da questão do galã de televisão, e piadas", continua Santoro. "A gente está falando de 2002, estava em outro mundo. Foi um desafio que encarei com muito respeito, fiz muita pesquisa, mas causou repulsa. Lidei com tudo isso e não foi fácil, mas eu tenho muito orgulho desse trabalho. Foi muito muito forte."
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