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Ana Maria Braga apoia Klara Castanho: 'Exposta de maneira sórdida'

De Splash, em São Paulo

27/06/2022 10h15Atualizada em 27/06/2022 13h20

Ana Maria Braga se solidarizou com Klara Castanho no início do "Mais Você" (TV Globo) de hoje. A atriz de 21 anos gestou uma criança após ser estuprada e a entregou para a adoção.

"Eu não podia começar o programa de hoje sem manifestar o meu carinho, a minha solidariedade e a minha indignação também com tudo que tem acontecido com a minha Klara Castanho", iniciou a apresentadora.

A Klara, como você já sabe, foi estuprada, engravidou, e decidiu entregar o bebê para adoção. Essa história íntima vazou e essa menina teve sua vida exposta de maneira sórdida na internet, por pessoas que se dizem jornalistas, comunicadores e influencers, que desconhecem a ética e o respeito humano. Faltou ética também aos profissionais do hospital que tem o dever de preservar o sigilo do paciente, qualquer paciente (...) Ana Maria Braga

"Os fofoqueiros pediram desculpa, mas o dano já está causado. Depois dessa invasão de privacidade a Klarinha publicou uma carta na internet explicando a violência que sofreu e a maneira como lidou e tá lidando com essa dor. Foi bom ver a onda de apoio que ela recebeu. Apoio, carinho, mais do que merecido. Respeito, principalmente. Um beijo pra Klarinha, parabéns, porque apesar de tudo, o seu gesto deu uma grande lição", concluiu a apresentadora.

Abuso, gravidez e exposição de Klara Castanho

A história teve início após a apresentadora Antonia Fontenelle dizer em uma live que "uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção". "Ela não quis olhar para o rosto da criança", afirmou Fontenelle.

Embora não tenha citado nominalmente Klara Castanho, os internautas imediatamente associaram a versão contada por Antonia à atriz. Após a declaração de Fontenelle repercutir, dezenas de internautas criticaram Klara Castanho e apontaram "falta de responsabilidade" da artista. Mesmo sem terem certeza do que aconteceu, a atriz foi julgada e atacada.

Procurada por Splash, Antonia Fontenelle questionou apenas: "e o que eu tenho a ver com isso?". Nas redes, ela publicou um relato em que classifica a história de "monstruosa" e disse que a doação de uma criança seria "abandono de incapaz".

Em carta aberta publicada no Instagram, Klara relatou que foi estuprada e engravidou, mesmo tendo tomado pílula do dia seguinte. Classificado por ela como "o relato mais difícil da minha vida", a artista explicou que não queria tornar o assunto público, mas já que a adoção foi exposta, resolveu se pronunciar.

Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que eu sofri. Eu fui estuprada.

Klara não reportou a violência sexual à polícia por sentir "vergonha e culpa". Acreditou que, ao "fingir" que o episódio não aconteceu, ela "talvez esquecesse".

Ao dar prosseguimento ao relato, a atriz destaca que descobriu a gravidez ao passar mal e procurar um médico. Mas o profissional que a atendeu não se solidarizou com sua dor e a violência sofrida, mesmo após revelar que foi estuprada.

Incapaz de criar um filho fruto de um estupro, Klara Castanho optou pela doação do bebê que gerou e fez todos os procedimentos legais. Entretanto, quando teve a criança, teria sido ameaçada por uma enfermeira, que quis levar o caso a público por meio da imprensa.

Ela diz ainda que não demorou para que jornalistas passassem a procurá-la, ainda no hospital, para questionar sobre a gravidez e a adoção, mas, ao explicar-lhes que o filho foi fruto de uma violência, os repórteres se comprometeram em não publicar matéria a respeito. Até que o assunto ganhou força no Twitter no sábado.

O Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) afirmou que já determinou a apuração dos fatos e prestou solidariedade à atriz de 21 anos.

"O princípio basilar da Enfermagem é a confiança. Portanto, o profissional de saúde que viola a privacidade do paciente em qualquer circunstância comete crime e atenta eticamente contra a profissão, conforme prevê o Art. 82 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Casos assim devem ser rigorosamente punidos, para que não mais se repitam", disse o órgão em nota.